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Meu Diário
28/08/2013 14h49
Memorias de Aguinhas (20) - Obras de Werneck - O Cassino de Lambari (6)

Sumário


Introdução

Encerrando esta série, vejamos agora a descrição do Cassino de Lambari, constante do Anuário de Minas Gerais de 1913. 

Como complemento, registramos também a descrição do Cassino feita pelo memorialista Armindo Martins, em seu livro sobre a estância de Lambari, e uma outra, sobre os interiores do cassino, extraída de trabalho acadêmico de autoria de Francislei Lima da Silva.

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O Cassino de Lambari

 


Descrição feita por Armindo Martins (Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, 1949, p. 103)

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Os interiores do Cassino

Os interiores do Cassino também provocariam deslumbre entre os aquáticos. As salas do Cassino encontravam-se distribuídas cada uma conforme a sua função: salão de honra, salão de visitas ou sala japonesa, salão para restaurante, salas de jogos e diversões para senhoras e sala de jogos para homens. Nelas, por sua vez, dispunham-se os mais variados aparelhos de jogos, obras de arte, móveis e objetos decorativos, ricos em sua liberdade estética. Mesclavam-se nos espaços cadeiras austríacas Thonet, cadeiras metálicas, mobília de assento e encosto estofados, cadeiras de braço e encosto de palhinha e bambu, cachê-pots ricos de metal e belas escarradeiras esmaltadas de ferro e louça policromadas. Para os bailes foram trazidos um piano pianola Schubert de Nova York, de armário e outro de cauda inteiro do fabricante Steinway. Dos aparelhos de ginástica e esportivos prescrevem raquetes, tacos, argolas, bastões, bolas e cordas, balanços comuns e em forma de cadeira, velocípedes para crianças e um guignol.  Capachos e tapetes finos ocupavam os salões. Máquinas caça-níquel, mesas para jogos de bacarat, roleta e boule entreteriam os homens enquanto suas esposas tomavam chá em louças finas. Cristais, aparelhos para jantar e café, talheres de prata e uma moderna máquina limpadora de facas compunham os bens reservados ao restaurante.

 (Fonte: SILVA, Francislei Lima da. Os monumentos da água no Brasil, 2011, p. 85, disponível aqui)


(Fonte: SILVA, Francislei Lima da. Das influências estéticas à idealização da "Europa Brasileira": o desenho urbano e os melhoramentos da cidade de Lambari no início do Século XIX). Apud p. 176, MARTINS DE OLIVEIRA, 2012 - aqui)

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Problemas no Cassino

Deterioração do Cassino

Ao penetrarem no magnífico pórtico, sentiram os corações confrangidos pelo incompreensível abandono daquela raríssima joia, cinzelada pelo agudo engenho de esmeradíssimos artífices. Há ali uma atordoante grandeza, uma absoluta harmonia de linhas, e um admirável senso de proporção que espantam, deixando-nos perplexos a estudar o conjunto da construção e cada detalhe de acabamento. (Fonte: Conceição Jardim [C. Garden]. Uma vilegiatura em Lambari. Rio de Janeiro : A noite, 1943, págs. 117/18)

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Os estragos estendem-se de contínuo, afistulando o prédio grandioso, mas desprovido de cuidados de conservação, como se não pertencesse a alguém, que tivesse interêsse em evitar-lhe a ruína crescente. (...) Ainda perduram, todavia, as pinturas nas paredes, e telas de artistas japonêses, especialmente no salão de honra, menos accessível às intempéries, que vão arruinando as secções mais expostas do imóvel, cuja aparência externa ainda maravilha os forasteiros. (Fonte: Virgilio Correia Filho – Artigo “Lambari” – Revista Brasileira de Geografia – out/dez/1947, p. 539)

Bens do Cassino

Embora suntuosamente preparado para intensa vida social, efêmera lhe foi a duração de aproveitamento [do Cassino]./ Ermaram em pouco as suas salas, após emudecimento das roletas e bancas de análogos objetivos./ Mas dos objetos que possuía, episódio ulterior evidenciou a escolha aprimorada./ Por ocasião da visita do rei ALBERTO a Belo Horizonte, decidira o govêrno prestar-lhe homenagem condigna./ A homenagem exigia decoração compatível com os egrégios visitantes./ E então, o Cassino abandonado forneceu dois jarrões, como iguais não possuía a capital mineira. (Fonte: Virgilio Correia Filho – Artigo “Lambari” – Revista Brasileira de Geografia – out/dez/1947, p. 539)

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Em 10 de junho de 1975, [Jaime de Andrade] Peconick informou o estado em que se encontrava o acervo do Cassino devido ao abandono:

“Há muitos anos o patrimônio do cassino foi desfalcado de valiosas peças de arte, segundo testemunho que recolhemos na cidade de Lambari. O fato se deu antes de ser constituída a Hidrominas e quando o próprio era administrado diretamente pelo Governo do Estado. As peças receberam variada destinação, inclusive o Palácio da Liberdade, ainda segundo os mesmos informes que recebemos nas primeiras visitas realizadas no local. (COMIG. Processo SFSEG. Pasta 131. ... Ofício BHZ/DP/874/75 de 10 jun. 1975).

Fonte: Carlos Henrique Rangel, texto disponível aqui

Restaurações

Antônio C. Martins de Carvalho em seu livro “O Palácio Cassino de Lambari – sonho, segredo, realidade” deu o seguinte testemunho sobre as obras no Cassino:

“Eu mesmo presenciei alguns absurdos praticados por pseudorestauradores. À convite do Secretário de Turismo Haroldo Gonçalves, tive a oportunidade de participar de uma pequena restauração no salão principal. Para minha surpresa, as cabeças dos elefantes indianos, trabalhados em madeira, que apoiam os puleiros de gavião, onde correm as cortinas, foram pregadas nas madeiras das janelas e portas do salão principal com pregos enormes. Com os meus conhecimentos de carpintaria, retirei os pregos com muito cuidado, para não danificar as peças e as fixei com parafusos onde já existiam os furos apropriados. Além destes estragos, existem muitos outros, no que se refere à conservação de peças lustres e quadros.” (CARVALHO, 1991. p. 30.)

Fonte: Carlos Henrique Rangel, texto disponível aqui

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Ver também:


Projeto da fachada do Cassino

Blueprint da fachada do Cassino, (Projeto da firma Poley & Ferreira)

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Fotos

Interior do Cassino

Salão Nobre do Cassino

Quadros no interior do Cassino 

Antigo postal do Cassino

Cassino refletido no Lago

Lago, Cassino e, ao fundo, a Serra das Águas

 Em manhã nebulosa: Lago, Cassino e, ao fundo, a Serra das Águas

Vista aérea do Cassino

Vista recente do Cassino e Cais

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Fonte das fotos: Museu Américo Werneck; Prefeitura Municipal de Lambari; Acervo André Gesualdi


Veja também os números 1, 2, 3, 4 e 5 desta série:

1 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38844

2 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38842

3 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38849

4- http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38851

5 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38834

Publicado por Guimaguinhas
em 28/08/2013 às 14h49

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