Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Textos

EVANGELHO E ESPIRITISMO (6) Os laços e os nós


Por que MALMEQUER é junto e  BEM-ME-QUER é separado?
                                                                             
(Sabedoria popular)


O que julgais, ó discípulos, seja maior: as águas do vosso oceano ou as lágrimas que
vertestes quando, na longa jornada, errante ao acaso, de renascimento em renascimento, unidos àquilo que odiastes, separado daquilo que amastes?

(Buda)

Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra terá sido ligado nos céus, e tudo

o que desligardes na terra terá sido desligado nos céus.
(Jesus, Mateus 18,18)

Nós nunca vamos ficar livres dos que “nos perseguem e caluniam”, pois somos todos
imortais, e importa que nos perdoemos, nos ajustemos e reparemos as faltas comuns –
e futuramente vivamos como irmãos.
A. C. Guimarães (Palestra)
                                                                                                                         
O tempo não para, e, se agora encontras o teu “ontem”, não olvides que o teu “hoje” será a luz ou a treva do teu “amanhã”.
(Emmanuel)
 
As dores costumam ser a presença do “ontem” no nosso “hoje”.
(Martins Peralva)
 
As expiações apontam ao passado; as provas, ao futuro.
(Allan Kardec)
 
Não paguem a ninguém o mal com o mal. Procurem fazer o que todos acham que é bom. No que depender de vocês, façam todo o possível para viver em paz uns com os outros. Meus irmãos, nunca se vinguem de ninguém; pelo contrário, deixem que o castigo de Deus faça isso. Porque as Escrituras Sagradas dizem: “Eu me vingarei, eu pagarei, diz o Senhor.” Mas façam como dizem as Escrituras: “Se o seu inimigo estiver com fome, dê comida a ele; se estiver com sede, dê água. Porque assim você o fará queimar de remorso e vergonha. “. Não deixem que o mal vença vocês, mas vençam o mal com o bem.
(Apóstolo Paulo, Romanos 12,17:21)
 
Porquanto o bem ou o mal, tendo sido semeados, crescerão junto de nós, de conformidade com as leis que regem a vida.

(Paráfrase de Marcos 4,32)

Tudo acaba, mas nada tem fim.
(da MPB)

Tu é que és o autor do teu destino. Convida os elementos celestes, e eles tecerão a tua vida rumo às alturas – convida os elementos terrestres, e eles tecerão tua vida rumo ao abismo. É este o glorioso e funesto privilégio do livre-arbítrio – que te faz criador do teu destino. Mas os fios com que o teces não são apenas de hoje, nem de ontem – remontam a milhares de anos e de séculos, a incontáveis eons e eternidades.
 (Huberto Rohden, Estende tuas mãos para a luz)
 
Cada um que passa em nossa vida, passa sozinho, pois cada pessoa é única, mas
não sai sozinha, nem nos deixa sozinhos.
Leva um pouco de nós e nos deixa um pouco de si.
Esta é a mais bela responsabilidade de nossa vida.
A prova tremenda de que as almas não se aproximam por acaso.
Todos aqueles que encontramos profundamente formam-nos, modificam-nos, constróem-nos.

 (Jean Cardonell)


A vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida.
VINICIUS DE MORAIS. Samba da Benção


As filosofias espiritualistas nos ensinam que durante a jornada terrena, na relação com os outros, na natural busca da alteridade,  ocorrem encontros desencontros, devendo a Lei de Sintonia fatalmente promover os reencontros, logo nesta existência, ou em outras que viveremos nas muitas moradas da Casa do Pai, como dizia o Cristo.
 
Assim, a nossa atual existência é, em suma, um grande reencontro, pois certamente nós que agora nos encontramos reunidos fomos parceiros (ou adversários) alhures... Estamos repetindo experiências – boas e más – conforme os laços espirituais que estabelecemos nalgum ponto da duração, isto é, conforme os encontros  e  desencontros que promovemos. E, ao mesmo tempo, estamos preparando os futuros reencontros... Geralmente, para eficácia da aprendizagem espiritual, nos reencontros mudamos de posição, cumprindo o mandamento do Sermão do Monte: os humilhados serão exaltados, os rebaixados serão elevados. E vice-versa... (1)
 
Se formos aos Evangelhos, podemos ver passagens que ilustram o que dissemos acima, como as seguintes palavras do Apóstolo Paulo: Conforme semeais isso mesmo havereis de colher...(2) Ou ainda estas do Cristo: O homem peca e se torna escravo do pecado. (3)
 
Nossa vida atual é, pois, resultado, colheita, consequência, retorno, recapitulação. Os encontros do passado se transformaram nas pessoas que agora nos são caras:
 
a companheira (o) o amigo (a), os filhos, os parentes, os colegas de trabalho, os chefes, os subordinados, os vizinhos, os conterrâneos, os confrades, enfim, todos aqueles a quem nos vinculamos por simpatia.
 
Eles são frutos dos LAÇOS de afeição que estabelecemos. O reencontro fará com que apertemos mais esses LAÇOS de amor, essas cadeias do bem, que se exprimem em libertação, expansão, crescimento, harmonia .
 
Os desencontros do passado se transformaram  nas pessoas com as quais nos é agora difícil conviver, e, igualmente, podem vir a ser
 
a companheira (o) o inimigo (a), os filhos, os parentes, os colegas de trabalho, os vizinhos , os conterrâneos , os adversários, enfim, todos aqueles a quem nos vinculamos por antipatia.
 
Eles são frutos dos  NÓS de desafeição que atamos. O reencontro nos dará o oportunidade de desatar esses de aranzéis de ódio, essas cadeias do mal, que se exprimem em  cárcere, condensação, atraso, desequilíbrio.
 
Como se vê, da mesma forma que o AMOR, o ÓDIO estabelece LAÇOS, ligação mental e afinidade magnética. No amor, os LAÇOS podem ser apertados e facilmente desligados, porque no amor temos liberdade...

Já no ódio, os NÓS dificilmente podem ser desfeitos, e ficamos aprisionados, porque no ódio não temos escolha. Como explicam as filosofias orientais a chamada LEI DE RETORNO: Na hora de agir (ação) temos liberdade; no retorno da ação (reação) já não nos resta escolha, pois somos prisioneiros do mal que fazemos... Ou como se diz popularmente: A Semeadura é livre, a colheita é obrigatória. Ou, ainda:  A vida é eco...o que lançamos ela nos devolve...
 
Em qualquer situação, contudo, é possível perdoar, libertar, amar, pois, como ensinou o Apóstolo Pedro em sua carta: O amor cobre multidão de pecados. (4)
 
Dessa forma, é imperativo do nosso futuro espiritual que todos os seres estejam harmonizados. Quanto mais demoramos para desfazer os NÓS e transformá-los em LAÇOS, mais sofremos e fazemos sofrer. E quanto temos mais NÓS (desencontros) para desatar do que LAÇOS (encontros) para apertar, certamente haveremos primeiro, e por muito tempo, de desfazer os NÓS, para  somente depois reaproximarmo-nos dos afetos e podermos apertar/reapertar os LAÇOS que construímos junto a eles.
 
Como se viu, ninguém (e nada) está por acaso em nossas vidas, e importa cumprir as palavras do Cristo: Acerta-te com o teu inimigo quando tu estás como ele na vida, pois de outro modo não evoluímos, porque ninguém consegue evoluir carregando ódios, ressentimentos, amarguras, consciência pesada... (5)


(1) Lucas 18,14.; (2) Gálatas 6,7; (3) João 8,34; (4) I Pedro 4,8; (5) Mateus 5,25.


Literatura inspiradora: Texto desenvolvido pelo autor com base em crônica sobre encontros/desencontros, de Richard Simonetti, e na conhecida alegoria sobre laços e nós que circula em livros e textos digitais.


Ilustração de abertura: Antigo prospecto da campanha VIVER EM FAMÍLIA, da Federação Espírita Brasileira (FEB).


Índice da Série EVANGELHO E ESPIRITISMO


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Enviado por Guimaguinhas em 31/03/2014
Alterado em 28/09/2022
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