Este post é dedicado a todos aqueles que um dia torceram pelo time do Águas Virtuosas
Hei de torcer, torcer, torcer…
Hei de torcer até morrer, morrer, morrer…
Pois a torcida americana é toda assim
A começar por mim
(LAMARTINE BABO, HINO DO AMÉRICA, time que inspirou as cores e o escudo do Águas Virtuosas)
A torcida do Águas comemorando a conquista de mais um campeonato nos anos 1980
A condição geográfica de Águas Virtuosas de Lambari — que desde 1896, por via férrea, ligava-se às principais cidades do país: Rio, a Capital Federal, São Paulo, a maior cidade e Belo Horizonte, Capital do Estado — e o grande afluxo de turistas vindos principalmente das duas primeiras metrópoles são fatores que certamente influenciaram a paixão do lambariense pelo futebol e a torcida por clubes do Rio e São Paulo: o primeiro time de gerações e gerações de lambarienses sempre foram clubes cariocas ou paulistas — e até hoje o fenômeno persiste.
De fato,
Lambari não era uma cidade comum, com rotina diária mais ou menos estática. Suas águas virtuosas atraíam, para temporadas anuais, personalidades destacadas das principais cidades do país, como até mesmo a família do presidente Getúlio Vargas. Elas traziam temas, reflexões e informações que lhe davam um certo ar metropolitano. (1)
Dessa influência sócio-cultural vêm as cores e o escudo do Águas Virtuosas, que foram inspiradas no América do Rio de Janeiro, à época um time bastante conhecido e de grande torcida, pois sagrara-se campeão carioca por anos seguidos: 1913, 1916, 1922, 1928, 1931, e 1935.
E assim também a paixão pelo futebol, pois, desde os primeiros dias da criação do Águas Virtuosas e da inauguração do seu campo de futebol, em 1926, o lambariense frequentou jogos, viajou com o time e torceu muito pela famosa camisa encarnada.
Reprodução - O Globo - 7 de setembro de 1926
Como se sabe, o time do Águas Virtuosas — que não mais existe — continua sendo essa saudade doída que anos de abandono não conseguem apagar.
Por isso, neste post vamos matar um pouco da saudade e recordar antigas notas sobre a torcida do Águas, por ocasião da conquista do vice-campeonato de 1953.
Vamos lá.
Inspirado no time do América do Rio de Janeiro, no ato de fundação do Águas Virtuosas, em 26 de agosto de 1926, o artigo 61 estabeleceu o vermelho e o branco como as cores do clube, e bem assim o modelo da flâmula: toda vermelha, tendo ao centro uma bola branca, com as letras A V entrelaçadas.
Art. 61 do Estatuto de agosto de 1926
Fonte: www.americario.com.br
Um antigo cronista registra a paixão pela camisa encarnada
Reprodução: O ÁGUAS VIRTUOSAS, nº. 26, de 27, dez, 1953
O professor Carlos Rodrigues Eufrásio, que cobriu a campanha do Águas em 1953, registrou em suas crônicas a paixão da torcida do Águas Virtuosas pelo time.
Confira:
Semanário O ÁGUAS VIRTUOSAS, 18, out, 1953
Semanário O ÁGUAS VIRTUOSAS, 11, out e 4 nov, 1953
Semanário O ÁGUAS VIRTUOSAS: 30 de ago e 30, out, 1953
Ilustração: Dondinho, pai de Pelé, campeão da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, 1941 - Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Já contamos aqui a primeira parte da história da participação do Águas Virtuosas na Taça Guaraína de 1941, a mais importante disputa regional de futebol da época.
De fato, a disputa da Taça Guaraína ocorria em diversas regiões do País. O time do São Paulo F.C., por exemplo, conquistou o troféu em 1936 (aqui).
No Rio de Janeiro a taça também foi disputada em 1943.
Fonte: Reprodução - Diário da Noite, 28, maio, 1943
Neste post, está a parte final dessa história.
Vamos lá.
O Águas Virtuosas discute a perda de pontos
Como se recorda, o Águas Virtuosas venceu sua primeira partida, disputada em Lambari, em 27 de julho de 1941, contra a agremiação da AVEA (Associação Varginhense de Esportes Athleticos), de Varginha, por 3 a 1.
Mas a Liga de Futebol de Varginha (LFV) cassou-lhe os pontos, em face da suspeita levantada pela AVEA de que o Águas Virtuosas escalara alguns atletas que "residiriam em Cambuquira e não em Lambari". Argumentava a AVEA que as normas desportivas do torneio exigiam que os atletas residissem na cidade do clube.
Pois bem, o caso demandou longa discussão no Conselho de Representantes das cidades participantes, presidido por Armando Nogueira, dirigente da LFV, com o procurador do Águas Virtuosas — Nelson Scaldaferri — peticionando em favor do time de Lambari.
Não temos nenhum registro acerca da decisão final do Conselho, mas o fato é que o Águas Virtuosas não passou às fases seguintes da disputa.
A seleção de Lavras, que vencera o jogo contra o Alfenas por 4 x 0, também fora punida com a perda dos pontos, em razão de um erro na súmula do árbitro. O caso rendeu enorme discussão e o dirigente da L.F.V — que presidia o Conselho de Representantes das cidades participantes da disputa — acabou por renunciar e uma nova eleição foi marcada para 9 de agosto de 1941.
Mas a disputa prosseguiu e a final da Taça Guaraína de 1941 se deu entre a seleção de Itajubá e a de Três Corações, como se verá a seguir.
Dondinho, pai de Pelé, campeão da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, de 1941
Como se sabe, o Dondinho [João Ramos do Nascimento (Campos Gerais - 2 de outubro de 1917 – Santos - 16 de novembro de 1996) era o pai de Pelé (Edson Arantes do Nascimento) e nos anos 1940 morava em Três Corações e jogava pelo Atlético local.
Dondinho chegou a jogar no Atlético, mas lesionado no joelho não foi bem sucedido no Galo Mineiro e - Reprodução - Fonte: Wikipedia
Dondinho também jogou em Lambari, contra o Águas Virtuosas, no antigo campo da Rua Francisco de Biaso. Era excelente cabeceador, dizem antigos lambarienses que o viram jogar.
1949: Gol de Nenê Nascimento, no antigo campo do Águas Virtuosas
Pois bem, Dondinho participou da final da Taça Guaraína contra o Itajubense, tornando-se campeão, em 1941.
Dondinho (ao centro, em pé) em time de Três Corações - Reprodução - Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Conforme o regulamento da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, de 1941, a decisão se daria em Varginha, entre Zona Sapucaí e a Zona Rio Verde.
Desse modo, na forma do artigo 17 do regulamento acima, a final da Taça Guaraína - 1941 deu-se em Varginha, no Stadium Varginhense (Estádio do Flamengo), entre Itajubense (Campeão da Zona Sapucaí) e o Campeão da Zona do Rio Verde (Seleção da L.E.T. - Liga Esportiva Tricordiana, de Três Corações - [que reunia jogadores do Atlético, Raul Chaves (Canto do Rio) e Colégio Estadual]
Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Por 4 x 1, o selecionado de Três Corações superou a seleção de Itajubá, sagrando-se campeão da Taça Guaraína de 1941.
Fonte: http://www.portalentretextos.com.br
Ilustração: Capa do livro ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY, de Roberto Capri, 1918
Os RESUMOS DA HISTÓRIA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY têm por objetivo disponibilizar em novos formatos as mais relevantes memórias e histórias de Lambari divulgadas aqui no site GUIMAGÜINHAS, costumeiramente classificados em Séries dispostas ao lado direito desta página eletrônica.
Abaixo, vão outras informações sobre o projeto e os materiais já disponíveis para download gratuito.
Confira.
O que são os PONTOS DA HISTÓRIA DE LAMBARI
Na perspectiva acima, os RESUMOS DA HISTÓRIA DE "ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY" pretendem trazer COLETÂNEAS E SÉRIES de
COLETÂNEAS
SÉRIES
COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Coletânea de e-books e/ou material impresso, contando a história de Águas Virtuosas de Lambari, mediante o seguinte plano de trabalho: I- A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI II - HISTÓRIA PRIMITIVA - de 1500 a 1780 III - HISTÓRIA ANTIGA - de 1780 a 1920 IV - HISTÓRIA MODERNA - de 1920 aos dias de hoje |
I - A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS 0. FONTES DE PESQUISAS DA NOSSA HISTÓRIA - Quem contou nossa história
II - HISTÓRIA PRIMITIVA 1. HISTÓRIA PRIMITIVA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI - Sertão do Rio Verde, Região do Lambari e Águas Virtuosas de Lambari
III - HISTÓRIA ANTIGA 2. FORMAÇÃO DA VILA - O primeiro século de existência
3. A ERA STOCKLER - A criação da estância de Águas Virtuosas
4. A ERA WERNECK - As obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari
5. DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - A história da padroeira de Lambari
6. A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS - A estória de Cecília e Tancredo
7. POPULAÇÃO, EMIGRAÇÃO E A COLÔNIA DE NOVA BADEN - A formação populacional de Lambari
8. AS ÁGUAS MINERAIS DE LAMBARI - A história de nossa cidade é a história de nossas águas
9. O PARQUE DAS ÁGUAS DE LAMBARI - Em torno das fontes surgiu uma cidade
IV - HISTÓRIA MODERNA 10. A ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE LAMBARI - A cidade das Águas Virtuosas
11. A ERA DOS CASSINOS (BELLE ÉPOQUE LAMBARIENSE)
12. EDUCAÇÃO, CULTURA E O (ECO)TURISMO
13. PRODUTOS DA TERRA
14. COSTUMES, TRADIÇÕES, RELIGIOSIDADE
15. FUTEBOL E OUTROS ESPORTES
16. MEMÓRIAS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
17. GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA
SÉRIE FOLHETOS Coletânea de folhetos eletrônicos e impressos, contando destacados fatos e registros históricos de nossa cidade, em formato objetivo, leve e instrutivo. |
O e-books abaixo estão disponíveis gratuitamente:
Aquisição da Coletânea Impressa:
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O folheto A história do queijo mais famoso do Brasil está disponível gratuitamente.
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Disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7341559.pdf
O folheto Informativo - 120 anos de criação do município de Águas Virtuosas de Lambari está disponível gratuitamente.
Ele contém notas históricas, culturais e práticas sobre nossa cidade.
Veja o link abaixo.
Disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7343015.pdf
Capas de alguns títulos em preparo
Nesses novos formatos, os textos, fotos e documentos dos diversos posts ganham unidade e exposição didática e cronológica, com índices e referências bem ordenados, facilitando o manuseio, a leitura e a pesquisa.
Com isso esperamos que as informações, fotos e memórias de acontecimentos da história de nossa ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY, e bem assim das pessoas e famílias que a construíram e lhe deram identidade, possam ser mais bem divulgados, chegando especialmente ao conhecimento das novas gerações de lambarienses e dos veranistas e viajantes que se encantaram com essas paragens da Serra das Águas Virtuosas — e aprenderam a estimar as águas puras, o clima benfazejo e as belezas naturais do Circuito das Águas das Minas Gerais.
Como está posto ao pé desta página eletrônica (Licença Creative Commons), e nas condições ali especificadas, os textos, e-books, coletâneas, apresentações e artigos do site GUIMAGUINHAS são de livre circulação, e você pode baixá-los gratuitamente para uso pessoal ou de instrução, divulgação ou preservação da memória da cidade das Águas Virtuosas.
Promoção de divulgação do site GUIMAGUINHAS
O formato Livreto foi objeto de uma promoção de divulgação do site e das memórias de nossa cidade. Os 20 visitantes mais assíduos da página do Facebook do site Guimagüinhas receberam 1 livreto impresso do título As Águas Virtuosas de Lambari e a devoção a Nossa Senhora da Saúde.
E-books gratuitos já disponíveis no site
Lembramos ao visitante que há e-books disponíveis aqui no site, que podem ser baixados gratuitamente.
Confira:
O site GUIMAGUINHAS, como está dito na página de abertura, objetiva
compatilhar informações, fotos, histórias e outros acontecimentos antigos da outrora ÁGUAS VIRTUOSAS DA CAMPANHA, depois ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY e hoje LAMBARI.
Desse modo, o site GUIMAGUINHAS:
Ilustração: Painel histórico de Águas Virtuosas do Lambary, existente nos Supermercados BH em Lambari, MG
Como se sabe, em A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS narra-se que uma jovem de nome Cecília adoeceu e, tendo feito uso da água virtuosa, curou-se de seus males. Em agradecimento, pediu, então, ao pai que erguesse uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora da Saúde.
O fundo mítico-religioso dessa estória: a fé na Virgem Santíssima e os poderes curativos milagrosos atribuídos às águas virtuosas – em cima do qual se construiu a lenda – veio naturalmente da tradição oral que surgiu nas primeiras décadas do Século XIX, logo após a descoberta das águas.
Com efeito, com a descoberta das fontes, as virtudes miraculosas da água medicinal [1] passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas. [8] A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas. [8] E também a serra divisória entre Campanha e Lambari passou a ser conhecida, desde 1805, como Serra da Água Virtuosa ou Água Santa da Campanha. [1]
Desse modo, foi possivelmente a crença e a fé populares que associaram os efeitos medicinais e curadores da água aos milagres da Virgem Maria, como ficou assentado nos costumes devocionais católicos da Região das Águas Virtuosas. Aliás, a lenda bem apanhou esse aspecto: a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria.
Segundo o monsenhor e historiador José Lefort [1], o criador da lenda teria sido Américo Werneck, que o fez para efeito de propaganda das águas minerais.
Mas há, também, derivadas daquela, as versões de Armindo Martins e João Carrozzo, memorialistas de Águas Virtuosas do Lambari.
É o que veremos a seguir.
Versão atribuída a Américo Werneck
O primeiro texto escrito da lenda sobre os poderes curativos das águas de Lambari , de que se tem notícia, apareceu em O Lambary, de 18/12/1910, cujo autor adotou o pseudônimo de Gratz.
Se considerarmos os aspectos relativos à data — 1910 — e ao estilo literário [2], essa é a possível versão escrita por Américo Werneck, num esforço de propaganda das águas minerais [1], quando veio a residir em Águas Virtuosas do Lambary e trabalhou com o Dr. Garção Stockler, criador da estância de Águas Virtuosas e primeiro grande propagandista das águas de Lambari. (aqui)
Esta versão pode ser examinada aqui
Veado pastando junto às sete quedas, 1910. Fonte: Museu Américo Werneck – Lambari, MG
Que dizes? Não é bella e fantastica a lenda de nossa infancia?
(AMÉRICO WERNECK. Graciema)
É de notar-se que numa passagem do romance Graciema (págs. 327/30), Werneck narra uma lenda, na qual vamos encontrar diversos elementos semelhantes à lenda de Águas Virtuosas, tais como: um casal apaixonado, mata virgem, cachoeira, um fato miraculoso e a aparição de Nossa Senhora.
De fato, ele narra que os personagens Juracy e Mário, que passeavam de barco por um rio cercado de matas, resolvem visitar uma cachoeira lá existente. E lá chegando, Juracy conta a Mário uma lenda acerca da infância de ambos: eles haviam sido achados, quando bebês, nesta cachoeira.
Continua Werneck narrando que, primeiramente, Mário foi encontrado por sua mãe, Hemergarda. Tempos depois, a mãe de Juracy, que não conseguia se engravidar, e orava muito a Nossa Senhora, teve um sonho. Nesse sonho aparece um anjo, que a conduz por longa e dificultosa caminhada numa noite fria, levando-a até essa mesma cachoeira.
E Werneck põe na boca da personagem Juracy as seguintes palavras:
Pois bem; já mamãi desconsolada se dipunha a regressar á sua vivenda, quando em cima d'aquelle penhasco appareceu a figura esbelta de Nossa Senhora. Uma lindeza, Mario. Um halo deslumbrante irradiava-lhe da cabeça. Seu manto azul, salpicado de estrellas, era feito de um retalho do céo. Olhou para minha mãi e disse: — "Ouvi tua prece. Para dar-te uma filha digna de tua fé, moldei-a nos idéaes mais limpidos do paraiso, e animei-a com o meu proprio sorriso. Dá-lhe o nome de Juracy, que significa estrella dos labios; ella despertará sempre a alegria em todos e será no mundo o emblema da pureza" .
(Mantida a grafia original do romance)
Reprodução. Ilustração do livro Graciema, p. 330.
O livro de Armindo Martins – Lambari, cidade das Águas Virtuosas – teve duas edições: 1949 e 1971. Nessa última edição, o texto sobre A Lenda de Águas Virtuosas aparece ligeiramente alterado em relação à 1ª. edição.
Abaixo reproduzimos ambas as versões:
Versão da 1a. edição, 1949, p. 25.
Versão da 2a. edição, 1971, págs. 17 e 18.
A versão de João Carrozzo, bastante elaborada, apareceu em 1964, na 1a. edição do seu livro Lambari (Outrora: Cidade de Águas Virtuosas da Campanha), que teve mais duas edições: 1977 e 1985.
Ela também foi reproduzida em 1988 neste seu outro livro: História cronológica de Lambari.
A versão abaixo foi retirada do livro Lambari, 3a. edição, páginas 35 a 40:
Baseados em Francisco Lefort [1], vejamos os fatos históricos, alguns deles apropriados e deformados pela lenda:
Fonte: Ruas de Lambari, MILEO, 1970, págs. 36-37
Ilustração: Escudo do Águas Virtuosas, estampado em camisa do início dos anos 1990, com a estrelas do tri-campeonato.
A final do Campeonato da liga de São Lourenço de 1953 é uma dessas histórias que minha geração ouviu muitas e muitas vezes, sempre narrada com um misto de revolta e decepção, seja pelos atletas que dela participaram, seja pelos diretores do clube, seja pelos torcedores do Águas que assistiram à partida.
Contudo, não tínhamos nenhum registro — nem fotos, nem recortes de jornal, nem súmula, nem nada — que pudesse nos ajudar a reconstituir, não só as principais partidas do campeonato, mas sobretudo a partida final — a terceira de uma melhor de três — certamente a mais controvertida da história do Águas Virtuosas.
Pois bem, hoje vamos publicar uma resenha dessa partida, feita pelo professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio. O professor acompanhava os jogos do Águas Virtuosas em 1953 e escrevia uma resenha que era semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
Os pontos principais desse relato foram confirmados por jogadores e torcedores, daquela triste tarde de domingo de 22 novembro de 1953, em Baependi.
Vamos lá.
Abaixo o escudo e a camisa do Esporte Clube São Lourenço.
Fonte: http://cacellain.com.br
Esporte Clube São Lourenço - Campeão da Liga Caxambuense de 1949. Fonte: Youtube
Na foto, entre outros: Perrela, Lauro, Jair, Rui, Casca, Pinellinho, Quezar, Eneas, Pinelle e Araújo.
O time do Águas Virtuosas vice-campeão
As fotos abaixo são do acervo da família de Eward Bacha (Vavá), e foram cedidas por Tuy Bacha.
Quinzinho, Val, Alair, Hélio Fernandes, Pinelli, Nicola, João André, Nenê, Vavá Bacha e Crisóstomo
Uma foto rara: Águas dos anos 1950, colorizada a mão. Em pé, entre outros: Crisóstomo, Hélio, Vavá Bacha, João André, Nicola, Gidão e professor Fernandes. Agachados: Pinellinho, Val, Alair, Nenê e Quinzinho.
Da esquerda para direita: entre outros: Quinzinho, Val, Alair, Hélio, Nenê, Gidão, João André, Crisóstomo (cabeça baixa) e Vaca
O Águas Virtuosas terminou em 1o. lugar o returno do Campeonato, e os goleiros Nicola, Capeta e Nambu receberam a seguinte avaliação, dada pelo comentarista prof. Carlos Eufrázio:
Na controvertida final, no entanto, Eli Capeta — que era um grande goleiro — foi muito criticado por sua má atuação. Mesmo hoje, aqueles que participaram do jogo — como Quinzinho e João André — ou os que assistiram à partida confirmam a crítica.
O prof. Carlos atribuiu ao goleiro nota zero, visto que, além de ter atuado muito mal, falhando em 3 gols e saindo em falso no quarto gol, na véspera da partida, o atleta teria participado de uma serenata e dormido às 4,30h da manhã.
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Como já dissemos, o professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio acompanhou os jogos do Águas Virtuosas naquele ano de 1953 e escreveu uma resenha semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
A seguir, vão alguns pontos da resenha referida, que confirmamos com pessoas que ou participaram do jogo ou assistiram à partida:
Quanto ao mais, o Águas jogou muito mal, o Esporte jogou muito bem, o juiz teve ótima atuação, e, merecidamente, o Esporte venceu o jogo por 4 x 1 e levou o bi-campeonato.
Reprodução - Diário da Noite, 19, nov, 1953