Ilustração: Réplica de relógio da antiga Estação Ferroviária de Águas Virtuosas, existente na livraria Estação do Livro, em Lambari, MG
Como já contamos na Série O TREM DE AGUINHAS (aqui), a Estrada de Ferro Muzambinho chegou a Jesuânia em 1894. Em 1o. de março, essa estação (chamada então Bias Fortes) foi inaugurada. No dia 24 do mesmo mês a estrada de ferro chegava às Águas Virtuosas.
A primeira estação foi a Parada Melo, a Estação Ferroviária de Águas Virtuosas foi inaugurada alguns anos depois. Houve um plano de Werneck de se construir uma estação ao lado do Cassino, o que acabou não ocorrendo.
Neste post, vamos conhecer a história das estações férreas de nossa cidade.
Confira.
Quando a linha férrea chegou a Águas Virtuosas de Lambary, em 1894, o trem fazia uma parada nos fundos do Hotel Mello; Em 1908, essa parada foi ampliada, sendo conhecida como Apeadeiro Mello, que depois passou à história de nossa cidade com o nome de Parada Mello. Nos anos 1940, com a construção do Hotel Imperial, a Parada Mello ligava-se diretamente a um dos salões do hotel. (Veja aqui)
Em 1908, o Hotel Mello fazia propaganda do Apeadeiro Mello.
Confiram:
Reprodução: O Paiz, 27, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
1914: chegada de turistas na Parada Mello. O Hotel Mello pode ser visto ao fundo.
Reprodução: Revista Fon Fon n. 17, de 1914 (bn.digital.gov.br)
Parada Mello nos anos 1940, já ligada ao hall do Hotel Imperial
Memórias de Varginha: Rede Mineira de Viação
Trecho de crônica do professor Antônio Pereira Brandão, publicada em 3 de julho de 2014, no blogdomadeira.com.br
.................................
No entanto, o menino de calças curtas ainda não havia se entrosado com a turma para tentar esquecer um pouco os encantos da cidade natal; os brinquedos e passeios, quando a composição se aproxima de Lambari, para embargue ou desembarque na querida Parada Melo, colada ao Hotel Imperial. Era o ponto mais festejado nesta passagem pelas águas minerais! Com isso, novas recordações dos Pais, irmãos, parentes, companheiros dos piques, das engraçadas cenas de mocinho com fala enrolada dos inesquecíveis faroestes. Lambari significava charretes, cavalos, garrafas e garrafões de água mineral, porque a visita ao parque das águas era o passeio, o badalado, o imperdível passeio.
...............................
A Estação Férrea ao lado do Cassino
Nos planos das obras de remodelação da estância de Águas Virtuosas, idealizados por Américo Werneck nos anos 1910, estava a construção de uma nova gare [estação férrea], como noticiou o jornal O Paiz:
Reprodução: Jornal O Paiz, de 6, set, 1909 (bn.digital.gov.br)
Essa estação férrea seria edificada ao lado esquerdo do Cassino, na plataforma ainda hoje existente.
Reprodução: Jornal O Paiz, de 25, abr, 1911 (bn.digital.gov.br)
Werneck planejou construir a estação ferroviária ao lado do Cassino, o que acabou não acontecendo.
Vista aérea da linha do trem contornando o lago, passando pelo pontilhão e seguindo em direção à Parada Mello (anos 1960)
Nessa foto do Farol, pode-se ver ao fundo o pontilhão da estrada de ferro, que contornava o Lago Guanabara, como está na foto abaixo:
A Estação Ferroviária de Águas Virtuosas
Nos anos 1920, a Estação Ferroviária de Águas Virtuosas foi construída, seguindo modelo tradicional de suas congêneres, por todo o Brasil:
Reprodução: Estação de Lambari, no primeiro plano o girador das máquinas (Revista Brasileira de Geografia, outubro-dezembro de 1947, p. 536)
Reprodução: Turistas na estação de Lambari preparando-se para uma passeio a Cambuquira (Revista Fon Fon n. 16, de 1923 - bn.digital.gov.br)
Emília Bispo Salles, esposa do agente ferroviário sr. Joaquim Salles, pajeando netos, na casa existente nas dependências da antiga estação
Joaquim Salles e netas (Celeste Emília e Maria Dorotéia), nos anos 1960. Ele foi o último agente da estação ferroviária de Lambari
A menina Tugucha (Delmira Maria de Vilhena), na estação ferroviária, que pode ser vista ao fundo
A Estação de Nova Baden foi criada em 1901 (aqui), para servir à colônia agrícola de Nova Baden, na qual se instalaram colonos austríacos, alemães, espanhóis e italianos, no final do Século XIX/início Século XX.
Inauguração da Estação de Nova Baden (1901)
Turistas a cavalo e troles visitam a estação de nova baden, início dos anos 1900
A construção da Rodoviária de Lambari
Como se sabe, em julho de 1966 os trens pararam de circular em Águas Virtuosas de Lambary, e suas linhas férreas, estações, caixas d'água, viradouros, etc. foram completamente abandonados.
Em 1967, visto o lastimável estado do prédio da estação ferroviária, já havia planos de transformar o local, adaptando-o para uma estação ferroviária, o que acabou ocorrendo em 1988/89.
Em algumas outras localidades de Minas Gerais, preferiu-se recuperar o prédio das estações e transformá-los em espaços de memória e cultura. Confira:
Reprodução: Correio da Manhã, 9, mar, 1967 (bn.digital.gov.br)
Reprodução: Minas em Revista - n. 99, maio de 1988
A Estação Rodoviária de Lambari (Reprodução: lambari-mg.blogspot.com.br)
A revitalização da Parada Mello
Neste ano de 2018, por iniciativa da AMEL Lambari, em concordância com a administração do Condomínio do Hotel Imperial, deverão ser feitas obras de revitalização do espaço da antiga Parada Mello.
Vista da Parada Mello, aos fundos do antigo Hotel Imperial
Ilustração: Reprodução: capa do folheto Collegios "Brazil" e "Minas" (Graphica Klabin, 1905) - Acervo da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa - BH
Em 1905, o casal Francisca Amélia Vianna e Joaquim Lopes Vianna, educadores e diretores de colégios particulares, vieram para Águas Virtuosas do Lambary e aqui fundaram duas escolas: uma para meninos e outra para meninas.
No final daquele ano, a título de propaganda, mandaram imprimir o folheto abaixo, com informações sobre a fundação dos colégios e o ano letivo de 1905.
Neste post, contamos esta história.
Reprodução: Capa. Collegios "Brazil" e "Minas" - [Folheto] Empreza Graphica Klabin, São Paulo, 1905 - Acervo da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa - BH
(*) Este exemplar traz a assinatura do prof. Paulino d'Araújo Filho e a data: Christina, 22 de janeiro de 1906
Reprodução: Jornal O Paiz, 27, jan, 1905 (bn.digital.gov.br)
Na fundação dos colégios, a diretoria enviou aos pais e famílias de Águas Virtuosas do Lambary uma circular, na qual resumia a proposta educional, que dizia, entre outras coisas:
Com instrução primária e secundária para meninos, na forma de internato e externato, o Colégio Brazil tinha como diretores/professores Charles Noguerés e Joaquim Lopes Vianna, e como professores conhecidas personalidades públicas de Águas Virtuosas do Lambary:
O antigo Colégio Brazil estabeleceu-se ao lado do Parque das Águas, até 1908, no local onde posteriormente funcionaria o Cassino das Fontes e o Clube das Fontes [MILEO, 1970]
Com instrução primária e secundária para meninos, na forma de internato e externato, o Colégio Minas tinha como diretores/professores Francisca Amélia Vianna, seu marido Joaquim Lopes Vianna e Charles Noguerés, e como professores conhecidas personalidades públicas de Águas Virtuosas do Lambary:
Reprodução: O Malho n. 194, de 1906 (bn.digital.gov.br)
O antigo Colégio Minas situava-se no prédio acima, onde depois funcionou o Colégio Santa Terezinha e a Prefeitura Municipal de Lambari
Jornais de comunidades italianas
Curioso notar que jornais de comunidades italianas também faziam propaganda dos colégios Brazil e Minas e da Vila de Águas Virtuosas.
De fato, colhemos no Do Bersagliere, órgão da colônia italiana no Rio de Janeiro, esta nota;
AV [Águas Virtuosas], 28, Gennaio 1905
Essendo AV dotada ci clima saluberrimo, acque minerali riconoscinte le migliori esistenti nel Brasil
E também A Fanfula, de 7 de setembro de 1905, comentou as atividades cívicas da Independência, realizadas pelos colégios:
Festa Patria - Acque minerali notalizi
(Frattini) - La festa nazionale del 7 settembre è stata qui solennemente comemorata com uma accademia letteraria, doi colleghi Brazil e Minas.
Encerramento do ano letivo de 1905
O jornal O Lambary, de 1o. de dezembro de 1905, descreveu assim as atividades de encerramento do ano letivo dos colégios Brazil e Minas, de 1905:
No vasto salão do Cassino Popular [que funcionava nas dependências do Hotel Mello], durante 3 dias, com a participação de 76 alunos, foram realizados os exames dos colégios Brazil e Minas, com festejos e leilões de prendas. A festa de entrega dos diplomas foi feita em festa noturna neste mesmo hotel, antecedido de cantos de hinos pelos alunos e exibição da banda local.
As prendas eram doações feitas por comerciantes, cidadãos e pais de alunos, e em 1905 os melhores prêmios foram ofertados por: Silvestre Ferraz (negociante), Antônio Coli (cavalheiro), Gabriel da Luz (fazendeiro), Com. Jerônimo Boavista e Cláudio da Silva (médico do RJ).
Entre as prendas, contavam-se: 1 jogo japonês, bolsa de couro, bengala, papel de carta, vinhos, latas de doces, regador, sabonetes, segura-livros, lapiseira, abotoaduras, binóculo, vista de Aparecida, Vista de Lambary, tinteiro, castiçal, Evangelho, coleção de poesias, livro de contos, pão-de-ló (ofertado por V. Raumundy), revista Tico-tico e prato de doces.
Os exames, que podiam ser assistidos pelos pais, consistiam em provas escritas e orais, com arguição pelos professores. Os melhores alunos ganhavam prêmios e condecorações.
Neste ano de 1905, foram premiados os seguintes alunos:
Curso Primário
Curso Secundário
Neste ano de 1905, entre os alunos estavam os seguintes:
Alunos Primário: Ernesto Melo, Genaro Romano, Francisco Moreira, Egydio Raymundi, Gabriel Noronha, Francisco Grandinetti, João Felipe Machado, Américo Carlini, Manoel Maria de P. Vilhena, Anunciato Gesualdi, Alarico Vianna, Cezar Lorenzo, José Augusto Nascimento, Agenor Noronha.
Alunas Primário: Angelina Motta, Judith Vianna, Tereza Grandinetti, Dilandina Nascimento, Clotilde Nascimento, Enyra Ribeiro, Maria Antônia dos Santos, Margarida Noguerés, Amélia da Gama e Maria Rosa Lorenzo.
Alunos premiados no ano letivo de 1906
Em 1906, estes foram os alunos premiados:
Reprodução: O Malho n. 194, de 1906 (bn.digital.gov.br)
Por ordem ministerial, alguns alunos eram admitidos gratuitamente.
Confira:
Reprodução: Jornal O Paiz, edições: 12, mar, 1907 e 17, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
Em 1908, o professor Lopes Vianna, fundador e diretor dos colégios Brazil e Minas, participou de importante evento na cidade de Ouro Fino, no salão da Sociedade Italiana, com a presença do então Senador Bueno Brandão, e dos senhores Dr. Loreto de Abreu, Juiz de Direito da Comarca, Dr. José Ribeiro de Miranda e capitão João Ribeiro de Miranda.
Nesse evento, discutia-se a implantação de um ginásio naquela localidade, nos moldes do já existente em Águas Virtuosas.
Confira:
Reprodução: Jornal O Paiz, edição de 17, jul, 1908 (bn.digital.gov.br)
Ilustração: Recorte título reportagem Jornal O PAIZ, 11, jan, 1902 (bn.digital.gov.br)
Em 1901, a atual cidade de Lambari, foi elevada à categoria de vila com a denominação de Águas Virtuosas, pela Lei estadual nº 319, de 16-09-1901, desmembrada de Campanha e Baependi.
Sua sede se deu na antiga povoação de Águas Virtuosas, e era constituída por 2 distritos: Conceição do Rio Verde e Lambari (atual Jesuânia).
As solenidades de instalação se deram 02/01/1902.
Esse o tema deste post.
A solenidade de instalação do município de Águas Virtuosas
O jornal O PAIZ, edição de 11 de janeiro de 1902, trouxe uma completa reportagem da solenidade de instalação do município de Águas Virtuosas. Confira:
Reprodução: Jornal O PAIZ, 11, jan, 1902 (bn.digital.gov.br)
Abaixo, foto histórica da primeira câmara de Águas Virtuosas, instalada em janeiro de 1902:
PRESIDENTE: João Lisboa - VICE-PRESIDENTE: Gabriel Romão Carneiro
SECRETÁRIO: Oscar Paes Pinheiro -
VEREADORES DE ÁGUAS VIRTUOSAS: Joaquim Manoel de Melo, Bibiano José da Silva, Martinho Vaz Tostes, Egydio de Lorenzo
VEREADOR ESPECIAL DE CONCEIÇÃO DO RIO VERDE: Deusdedith Vieira
VEREADOR DE LAMBARY (atual Jesuânia): Francisco Antônio Correa
Ilustração: Placa indicativa da Rua dos Italianos, na casa da esquina com Praça N. S. Saúde
Não existe rua com pedras mudas nem casa sem eco.
Góngora
No começo dos anos 1850, os primeiros italianos chegaram ao Sul de Minas, instalando-se em Campanha (MG). A partir daí, essas famílias atraíram outros conterrâneos com destino àquela cidade. Nas décadas seguintes, diversos membros dessa colônia de italianos se instalaram em Águas Virtuosas de Lambari.
Em 1894, em Águas Virtuosas, a rua em que moravam diversas dessas famílias passou a se chamar Rua dos Italianos.
É a história dessa rua que vamos narrar a seguir.
Vista da Rua dos Italianos
Gerações de lambarienses passam por esta rua sem conhecer sua importância na história de nossa cidade, surdas ao vozerio de suas pedras centenárias, indiferentes aos ecos de suas antigas casas...
Veja também:
As famílias italianas em Águas Virtuosas de Lambari
Na década de 1870, João Marçano e em seguida Lucas Zaccaro vieram para Águas Virtuosas de Lambari, sem as respectivas famílias, e aqui se instalaram como comerciantes; alguns anos depois, retornaram a Itália.
Vindo de Campanha, a partir de 1880, um grupo de famílias originárias da mesma região da Campânia — província de Basilicata, cuja capital é Potenza, situada entre as províncias de Nápoles e Calábria — se instalou em Águas Virtuosas e aqui se fixou.
Região da Basilicata, Itália (Reprodução: GoogleMaps)
Quase todos vinham do mesmo paese* e muitos eram parentes próximos. Ordeiros, operosos, respeitosos à lei, esse grupamento de italianos muito contribuiu para o progresso de nossa cidade. [3, p. 111]
Fonte: Paulo Roberto Viola [2, p. 72]
Nos anos 1890, várias famílias de italianos estavam fixadas na Rua Camilo Fraga. Na eleição realizada em 15 de novembro de 1894, se decidiu pelo voto dos eleitores italianos — cerca de 30 imigrantes que aqui residiam.
Esses votos ajudaram na eleição do grupo político liderado por Garção Stockler e João Bráulio Júnior, que homenagearam a colônia de imigrantes dando o nome de Rua dos Italianos à antiga Camilo Fraga. Essa circunstância atraiu para aquela rua diversas outras famílias de origem italiana, que residiam em pontos diferentes da povoação. [1, p. 51]
E a história de Mileos, Violas, Grandinettis, já de origens muito próximas, misturou-se ainda mais ao vozerio, às comidas, às profissões, às artes de Lorenzos, Biasos, Raimundis. E novos laços familiares se formaram: MILEO e VIOLA. VIOLA e LORENZO. MILEO e RAIMUNDI. GRANDINETTI e VIOLA. BIASO e MILEO.
Mas não foram só italianos que fizeram essa rua famosa: espanhóis, alemães, portugueses (Castilho, Pinto, Silva, Cruz, Sá e Silva, Krauss) também ali residiram, aproximando culturas e originando diferentes núcleos familiares: SANTORO e KRAUSS, SANTORO e PINTO, BIASO e PINTO, GRANDINETTI e CRUZ.
EgídioPelluse (ao centro) rodeado de membros das famílias Mileo e Viola
Família Grandinetti Cruz - José Honório, d. Silvia e filhos
Olavo Krauss, sua esposa Maria e filhos, ao tempo que moravam na Rua dos Italianos
História de crianças - Solta o Violento!
Os filhos do seu Olavo Krauss passaram parte da infância na Rua dos Italianos, misturados às crianças de lá e a muitas outras que apareciam para as brincadeiras de rua.
Uma dessas brincadeiras tem como personagem o cachorro Violento, que na verdade era um vira-latas ligeiro e brincalhão, caçador de tatus, que era a alegria dos meninos daquela época. O cão pertencia ao Expedito Guimarães (conhecido por Expedito-sem-braço), primo do meu pai (Dé da Farmácia) e é Expedito quem me recordou essa história, também contada pelo meu falecido sogro Célio Krauss.
Pois bem, a brincadeira consistia em levar o Violento para o alto da rua, segurá-lo e soltá-lo juntamente com alguns meninos, numa corrida tresloucada ladeira abaixo.
Dizem que o menino Célio Krauss era o único que vencia o Violento nessa brincadeira...
Os meninos Expedito Guimarães e Célio Krauss, personagens dessa história
Rua dos Italianos nos tempos de Werneck
Em 1909, Américo Werneck assumiu a prefeitura de Águas Virtuosas de Lambary e a presidência da Comissão de Melhoramentos e a superintendência das obras de embelezamento da cidade. Para isso, adquiriu cerca de 100 terrenos e prédios, alguns na Rua dos Italianos, seja para dotar a cidade de novas ruas e avenidas, seja para construção de prédios e edificações que idealizara (cassino, lago, hotel, teatro, etc.), alguns dos quais não chegou a realizar.
Vista da Rua dos Italianos, nos anos 1900
Ao lado direito do Cassino, em 1911, ainda estavam de pé os prédios pertencentes a Manoel Viola e Salvador Priante, que foram demolidos para formação da esplanada onde deveria ser erguido um grande hotel
1911: Ao fundo, à direita do Cassino, veem-se antigos prédios da Rua dos Italianos, posteriomente demolidos
Rua dos Italianos nos anos 1950
Na foto abaixo, dos anos 1950, veem-se os principais prédios da Rua dos Italianos, alguns dos quais ainda existentes.
Vista da fachada das casas na Rua dos Italianos, anos 1950.
Anos 1940: Esquina da Rua dos Italianos com Silviano Brandão (atual Dr. José dos Santos), a chamada Esquina dos Três Poderes (em razão de 3 bares que existiam nas esquinas, entre eles o conhecido Bar Sete)
As Vilas
Com o morar muito próximos e a formação de novas grupos familiares, surgiram as vilas* de casas — pequenas casas construídas aos fundos dos prédios principais fronteiros à rua.
Arranjo de azulejos com imagem de Santo Estevão, que dá nome à vila, construída por José Freire das Neves
A fachada da Vila Santo Estevão foi preservada
O sobrado da família Sá e Silva ainda persiste
E também o sobrado da família Grandinetti Cruz
Em 5 décadas, muita coisa mudou na área urbana de Lambari. Como é natural — em prejuízo dos pósteros e da memória urbanística das cidades — antigos prédios cederam espaço a construções modernas.
Confira duas ocorrências nas fotos abaixo:
Foto dos anos 1960: Ao fundo, a Rua dos Italianos, com o Casarão do sr. Olavo Krauss. Na esquina, à direita, um antiga residência
O casarão do seu Olavo Krauss foi demolido
A antiga residência da esquina (Rua São Paulo - atual Wadih Bacha - com Rua dos Italianos) deu origem a uma casa moderna
Os meus bisavós italianos: Bordigoni e Gentilli
Neste link (aqui), eu conto as origens dos meus bisavós, que, vindos de Massa (Itália), se instalaram primeiramente na região dos Ribeiros (próximo de Heliodora) e depois se fixaram em Águas Virtuosas, na Vargem (bairro Vila Nova), como horticultores.
Francesca Bordigoni (Chica Gorda) e Giuseppe Gentili (José Gentil), meus bisavós italianos
Outras ruas e praças mencionadas no site GUIMAGUINHAS
[1] MILÉO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs. 47 e 50
[2] VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você. Rio de Janeiro : Ed. Navona, 2002, pág. 63 e 72.
[3] MILÉO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari [A fixação do elemento italiano na cidade]. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs. 107 a 114
Fotos: Museu Américo Werneck e arquivo pessoal do autor.
Ilustração: Montagem - Referência à canção do Águas Virtuosas e o escudo do clube
Em 1976, na gestão de David Fonseca Reis (aqui), ao completar 50 anos de sua fundação, ocorrida em 2 de agosto de 1926 (aqui), o time do Águas Virtuosas Futebol Clube foi homenageado com uma canção, criada por J. R. de Almeida Netto e Maria Letícia Carvalho. Intitulado Canção do Águas Virtuosas Futebol Clube, este hino [canção ou poema que exprime admiração ou entusiasmo por algo ou alguém] não havia ainda sido gravado.
Agora, o site GUIMAGUINHAS faz um resgate histórico desse hino e você poderá ouvir na voz e guitarra de Bruno Camarcio uma palinha, visto que a versão final ainda está em preparo.
A imensa torcida do Águas Virtuosas, conhecida desde os anos 1920 por sua paixão ao clube da camisa vermelha, sempre acompanhou o time seja aqui em nossos domínios, seja nos jogos realizados fora de casa. Basta visitar as cidades do Sul de Minas e fazer referência ao clube, que as pessoas vão ter, como nós lambarienses, essa mesma impressão.
Infelizmente, talvez essa torcida fantástica nunca mais cante esse hino com o seu time em campo...
Sobre a torcida do Águas Virtuosas veja:
Meus filhos (Alan, Guiminha e Carlo Emílio) e netos (Leonardo e Rafael) vestindo a camisa do Águas Virtuosas, em viagem a Orlando (EUA)
A letra da Canção do Águas Virtuosas Futebol Clube
CANÇÃO DO ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE J. R. de Almeida Neto Maria Letícia Carvalho |
1
VAMOS TODOS CORRENDO AO GRAMADO
VER O ÁGUAS PINGAR DE SUOR
LEMBRANDO SEU NOBRE PASSADO
NA CERTEZA DE SER O MELHOR
ESSE TIME QUE LANÇA CENTELHAS
INCENDEIA QUALQUER CORAÇÃO
QUANDO VESTE A CAMISA VERMELHA
FAZ VIBRAR IMORTAL TRADIÇÃO
Coro
NOSSO CANTO PRESENTE AO SAUDAR-TE
VALENTE E FELIZ CINQUENTÃO
SEJA SEMPRE UM SONORO ESTANDARTE
CLAMANDO O GENIAL CAMPEÃO
2
MARQUES SEMPRE A PRESENÇA DO FORTE
SOB O TETO DE ANIL DESTES CÉUS
NAS RENHIDAS BATALHAS DO ESPORTE
NAS CONQUISTAS DOS NOSSOS TROFÉUS
NESTE DIA, MAIS UMA VITÓRIA
ORNAMENTE TEU GRANDE VALOR
MAIS UM ANO COMPLETAS DE GLÓRIA
VIVA O ÁGUAS! LEAL LUTADOR!
Abaixo, letra e cifra da Canção do Águas Virtuosas Futebol Clube
Bruno Camarcio é casado com Ju e pai de Amanda e Ana Clara. Engenheiro e músico. Mora em Brasília.
Capa do CD (pra saber), de Bruno Camarcio, lançado em 2012
Bruno Camarcio já participou do site GUIMAGUINHAS, quando musicou Eu olho pra você, uma "composição" de meus netos Leonardo & Rafael, caso que já contamos aqui.
O hino do Águas Virtuosas ao piano
Veja este post aqui
Conheça também a versão do hino do Águas Virtuosas ao piano, na interpretação de Dayse Alencar Rodrigues, e na voz de seus pais Maria Décia e Wilton.