Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
17/11/2019 07h22
MINHAS RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA DOS OUTROS (1) Como escrevi o "Menino-Serelepe"

Ilustração: Montagem com as capas dos livros: Manuelzão e Miguelin, Menino do Engenho, Meu pé de laranja lima, Menino no espelho, Uma vida em segredo e Por onde andou meu coração, superposta com capas dos livros Guia prático de criação literária, Os segredos da ficção, Uma poética do romance, cujos autores são mencionados no post, tendo ao centro a capa de Menino-Serelepe, deste autor.1253689.png

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

A vida de um menino é bem a vida de todos os meninos...


Foi Rodrigo Octavio, advogado, membro da Academia Brasileira de Letras e depois Ministro do STF, quem deu ao seu livro de memórias o título de Minhas memórias dos outros:



Pois bem, tomamos emprestado a Rodrigo Otávio o título acima, adaptando-o para esta Série:

MINHAS RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA DOS OUTROS

Nela, conto sobre o meu interesse por literatura, os passos na aprendizagem de redação de textos ficcionais, os livros que li e a biblioteca que formei, o processo de escritura do meu livro de memórias, e também comento passagens de livros de memórias de infância e juventude de vários autores, que me ajudaram a compor o MENINO-SERELEPE - Um antigo menino levado contando vantagem, meu livro de estreia. (Veja aqui)

Dou início à Série explicando como tive de muito ler e escrever, antes de aprender (solitariamente, por ensaio e erro) a contar.

Isso atende a pedidos de amigos e leitores que querem conhecer minha modesta experiência como autor, mas sobretudo está endereçado aos meus/minhas netos e netas, numa tentativa de retribuir a inspiração que recebi de José Batista Guimarães, meu avô paterno, contador de histórias.

Vamos lá.

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Rodrigo Octavio foi advogado de Américo Werneck no conhecido caso Minas x Werneck, atuando contra o Estado de Minas e seu grande advogado Rui Barbosa.

Confira aqui

No livro acima, ele dedica belas páginas a Rui Barbosa e fala também
dos motivos de algumas zangas de Rui contra ele.

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LER E ESCREVER PARA APRENDER A CONTAR

     O livro MENINO-SERELEPE está ligado a um antigo desejo de narrar os modos e os causos da parentalha. Nesse livro, adotei um narrador menino, que, ao seu jeito, vê e expõe as coisas, fazendo confidências e contando histórias da infância. Fui um modo de resgatar o mundo em que nasci e no qual fui criado. A maneira que encontrei para registrar e fixar os costumes, a cultura, a fé religiosa e o modo de falar das pessoas com quem convivi. 

ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES. Entrevista


Como anotei no início do livro Menino-Serelepe, escrever sobre os causos e modos da parentalha foi um sonho que acalentara desde a juventude. E conquanto não tivesse feito anteriormente nenhum registro dos casos que narro no meu livro de memórias, de outros acontecidos familiares e das histórias de meus avós, os fatos e narrativas mais significativos sempre estiveram na minha tela mental.

Mas vejamos em rápidas pinceladas como tive de ler e escrever, antes de aprender a contar.

Foi assim:

Antes de tomar a iniciativa de escrever as memórias, eu tentava compor uns tais Continhos de Aguinhaspequenos episódios da terra natal e recontar histórias e causos do meu avô, e de minhas avós e tios. 

Para isso, eu havia (re)estudado gramática, relido romances e adquirido livros de contos e narrativas de sabor antigo.


O que são as HISTÓRIAS DE AGUINHAS?

...afinal de contas, essa história de Aguinhas,
escrever causos, falar da família, tudo isso
é invenção dele mesmo [do meu avô].
 

(Menino-Serelepe. A última do Pai Véio)


As Histórias de Aguinhas são uma série de textos sobre a memória familiar e de minha cidade natal  Águas Virtuosas de Lambari que venho escrevendo nos últimos anos, inspirados em meu avô paterno  José Batista Guimarães  a quem chamávamos de Pai Véio (pai mais velho).

Muitos textos iniciais dessa série constituem ideias e ensaios ainda inéditos, que talvez um dia eu publique, como Prosório do Pai Véio, Os Fifosenses e Pai Véio, um contador de histórias.


Aliás, um trechinho desses ensaios eu transformei num capítulo do livro Menino-Serelepe

E um dos continhos, foi reescrito para compor capítulo do meu livro Os Curadores do Senhor.


Para entender a origem das Histórias de Aguinhas, veja:

  • Como Minas, Aguinhas são muitas aqui

Depois, comecei a rabiscar umas historinhas, os supostos contos que um dia tomariam forma, eu pensava, ao tempo que lia novos romances, contos e narrativas sobre memórias de infância/juventude. 

Foi nesse contexto que fui mentando o Menino-Serelepe. Fiz, então, uma linha do tempo com os eventos que tinha em mente e passei a conversar com familiares sobre a ideia do livro e comentar os causos e modos de que me recordava. E fui anotando nomes de pessoas (e das coisas), impressões, detalhes e expressões que o tempo em mim esmaecera, mas cuja memória estava viva nas pessoas mais velhas de minha família.

Aí foi preciso aprender a contaristo é, aprender a escrever narrativas ficcionais. E, autodidata na espécie, fui à cata de livros técnicos de composição literária, leitura indispensável para compor textos daquela natureza.

Para complementar este tópico, veja os itens abaixo.

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Entrevista do autor de Menino-Serelepe

  • Confira essa entrevista aqui

 

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Os nomes do menino

Antônio Lobo Guimarães é pseudônimo literário adotado por Antônio Carlos Guimarães, na composição de suas Histórias de Aguinhas.


O que levou você a criar um pseudônimo?
 

R.: A explicação está no livro Menino-Serelepe, na narrativa Os nomes do menino. Foi um modo de incluir o sobrenome Lobo, de minha mãe, que não possuo no registro civil.

 

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LIVROS INSPIRADORES — E OUTROS ENCORAJADORES

Meu Deus! Que é isto? Que emoção a minha/ Quando estas coisas tão singelas narro?)

B. LOPES. No poema Berço.

.......................................................................

Daí (...) o título, alongado no adjetivo justo, que lhe vai como uma luva, na qualificação destas histórias...

HERBERTO SALES. Os mais belos contos da eterna infância. Antologia de Temas da Infância. Prefácio. Ediouro, RJ


A ideia de escrever as memórias da infância esteve comigo desde a juventude, como disse acima e havia prometido a Celeste Emília, minha mulher, "aos dezoito anos, no primeiro dia de namoro, no banco da Fonte."

E muitos livros me ajudaram nessa tarefa, especialmente os que refiro a seguir.

  


Entre os livros inspiradores que li, e outros que reli, que me puseram a sonhar com a feitura do meu, estavam:

  • Manuelzão e Miguilim. João Guimarães Rosa
  • Menino de Engenho, de José Lins do Rego
  • Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos
  • O menino no espelho, de Fernando Sabino

   


  • Uma vida em segredo, de Autran Dourado
  • Por onde andou meu coração, de Maria Helena Cardoso
  • Minha vida de menina, de Helena Morley
  • Memórias sem malícia de Gudesteu Rodovalho, de Gilberto de Alencar
  • Os meninos crescem,  de Domingos Pellegrini

  


A partir dessas leituras, pontuei os principais eventos da minha história numa linha do tempo e anotei alguns lembretes para desenvolver a redação.

E aí cheguei a um ponto chave no processo de escritura: a voz narrativa. Esse é um impasse comum ao autodidata, que não tem ideia de sua dificuldade e importância, e eu fiquei muito inseguro, e não conseguia dar os passos seguintes. 

Então, fuçei aqui e ali, e fiz uma grande descoberta: O Ateneu, de Raul Pompéia, e Matéria e forma narrativa d'O Ateneu, de José Lópes Heredia. Como complemento, li também Falange Gloriosa, de Godofredo Rangel.


  


Esses últimos livros me levaram a manuais de iniciação, criação e redação literária, como os seguintes, que li com certo método:

  • Uma poética de romance. Matéria de carpintaria. Autran Dourado. Rocco, 2000
  • Guia prático de criação literária. Moacir C. Lopes. Quartet, 2001
  • Os segredos da ficção. Um guia da arte de escrever. Raimundo Carrero. Agir, 2005

  


E, claro, li também o inexcedível Retrato do artista quando jovem, de Joyce.


"Ninguém deve escrever sem ter lido Madame Bovary"

     Eu havia lido em algum lugar um autor cubano (acho que foi Reinaldo Arenas) dizer da importância de Madame Bovary para sua formação literária. Então, comprei o livro, passei os olhos, saltando as páginas, mas o deixei de lado, pois, sem formação literária, o vi como um romance qualquer. Ledo engano! — diriam os antigos.

 Mas quando caiu-me às mãos A orgia perpétua - Flaubert e Madamente Bovary, de  Vargas Llosa, devorei o livro e li avidamente Madame Bovary, na tradução de Fúlvia Moretto, pela Nova Alexandria.


Então, fui avançando na escritura do Menino-Serelepe, trabalhando o texto, inserindo pequenas particularidades, expressões, reescrevendo muito, até que montei uma boneca do livro, para ter uma amostra da obra pronta.

Foi aí que me embatuquei, novamente, com a tais vozes da narração! 

O texto misturava vozes e estilos — ora narrava em primeira pessoa, ora descrevia em terceira, ora dialogava em meio à narrativa —, a marcação das conversas soava estranha, a redação parecia infantilizada, o português ressumava canhestro — mil defeitos saltavam aos olhos do autor-leitor inexperiente.

E nesse ponto, eu que não recebera nenhuma carta de Mário, fui salvo, não por suas magníficas orientações, mas pelos seus Contos Novos: a fala cotidiana, a singeleza da forma, a vivacidade de sua prosa — estava tudo ali, naquela aula prática de gramatiquinha da fala brasileira, o encorajamento de que precisava este autor implume e desajeitado.

Revi tudo que escrevera e com uma versão para (re)leitura/revisão pronta passei a minuta a parentes e amigos, para colher impressões, correções, sugestões. Mais revisões e ajustes, e o livro ficou pronto. Entreguei a última versão a um diagramador profissional e imprimi o livro à conta de autor.

Eis um resumo da aventura de solitariamente se escrever e editar um livro de memórias.

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ESBOÇO LITERÁRIO DE O MENINO-SERELEPE

Vocês, criados em cidade grande, não se espantem com esse jeito de nossa infância do interior.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. No conto A salvação da alma.


Abaixo, vão traços dos principais aspectos da construção literária, do tema, da prosa e dos destinatários de O MENINO-SERELEPE.

Confira:



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Prefácio do livro MENINO-SERELEPE

O primeiro texto resume a intenção do autor com o seu livro de memórias. O segundo, refere alguns artifícios da criação literária.

Confira:



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VOCABULÁRIO DE AGUINHAS

Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do Sul de Minas Gerais.

Do livro inédito: Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães


Como fiz uso de inúmeros ditos, expressões e palavras antigas na redação de o Menino-Serelepe, resolvi incluir no livro um vocabulário, que somou quase quinhentas entradas. 

Veja:


Confira aqui

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESTE POST

- Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem. Antônio Lobo Guimarães. Edição do Autor, 2009

- Os meninos crescem. Domingos Pellegrini. Busca Vida, 1987

- Minhas memórias dos outros. Rodrigo Octavio. Civilização Brasileira/MEC,  1979

- Retrato do artista quando jovem. James Joyce. Ediouro, s/d

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LIVROS QUE SERÃO COMENTADOS NESTA SÉRIE

Abaixo vai uma lista de livros que vamos comentar nesta Série.

São livros que li, alguns com mais vagar, outros apressadamente, mas todos eles me ajudaram/ajudam a escrever e me encorajaram/encorajam a publicar.

Muitos trazem títulos sugestivos, como:

  • Os meninos crescem (Domingos Pellegrini)
  • As pequenas memórias (José Saramago)
  • Menino no quintal (Humberto Werneck)

Confira a seguir.


  • O Ateneu. Raul Pompéia. Ediouro/Publifolha, 1997
  • Meu pé de laranja lima. José Mauro de Vasconcelos. M, 19
  • O menino no espelho.  Fernando Sabino. Record, 1992
  • Memórias sem malícia de Gudesteu Rodovalho. Gilberto de Alencar. Itatiaia, 1970
  • Os meninos crescem. Domingos Pellegrini. Busca Vida, 1987
  • Desaparecimento da aurora. Joel Silveira. Cultural Editora, 1979
  • Volta à infância. Povina Cavalcanti. José Olympio, 1974
  • Um menino vai para o colégio. Cyro Martins. Movimento, 1992
  • O príncipe da vila. Cyro Martins. L&PM, 1982
  • Por onde andou meu coração. Maria Helena Cardoso. Ediouro, s/d
  • Uma rua como aquela. Lucília Junqueira de Almeida Prado. Record, 1986
  • Casa 12. Letícia Constant. Cia. das Letras, 2007
  • Minha vida de menina. Helena Morley. Cia. das Letras, 1998
  • Memórias de um saudosista. Lia Corrêa Dutra. Bloch, 1969
  • Os anos 40. Rachel Jardim. José Olympio, 1985
  • Uma vida em segredo. Autran Dourado. Record/Altaya, 1996
  • Os belos contos da eterna infância. Herberto Sales [Org.]. Ediouro, s/d
  • A turma da rua Quinze. Marçal Aquino. Ática, 1989
  • Infância. Graciliano Ramos. Record/Altaya, 1995
  • O menino grapiúna. Jorge Amado. Record, 1981
  • Menino de engenho. José Lins do Rego. José Olympio, 2001
  • O moleque Ricardo. José Lins do Rego. José Olympio, 1981
  • Doidinho. José Lins do Rego. José Olympio, 1977
  • Doidão. José Mauro de Vasconcelos. Melhoramentos, 1973
  • Indez. Bartolomeu Campos Queirós. Miguilim, 1988
  • Ler, escrever e fazer conta de cabeça. Bartolomeu Campos Queirós. Miguilim, 1996
  • Por parte de pai. Bartolomeu Campos Queirós. Editora RHJ, 1995
  • Ladrões de tênis. Álovaro Cardoso Gomes. FTD, 1993
  • Menino no quintal. Humberto Werneck. In Antologia de contos. FMB/Lemi, s/d
  • Menino Felipe. Primeira Viagem. Afonso Schmidt. Brasiliense, s/d
  • A última sessão de cinema. Ronald Claver. Melhoramentos, 1991
  • Memórias de um assoviador. Eduardo Alves da Costa. Schmukler Editores, 1994
  • Armazém Colombo. Carlos Gentil Dias Vieira. Vececom, 2005
  • José. Rubem Fonseca. Nova Fronteira, 2011 [Edição Kindle]
  • Doce vida dura de República. Diário de Bordo. Danilo Drumond. Edição do Autor, 2005
  • Um circo só de mágicos. Humberto Mariotti. Global, 1987
  • Os reis da Terra. José Vicente. Nova Fronteira, 1984
  • Chove sobre minha infância. Miguel Sanches Neto. Record, 2000
  • Meninão do caixote. João Antônio. Atual Editora, 1991
  • Micróbios na cruz. Marcia Camargos. Cia. das Letras, 2005  
  • Bambanga (Memórias). José Lemos de Sant'Ana. Edição do Autor, 1979
  • Rua do quenta-sol. Antônio Celso Alves Pereira. Nova Fronteira, 1967
  • Amar, Verbo Intransitivo. Mário de Andrade. Villa Rica, s/d
  • À mão esquerda. Fausto Wolff. Editora Leitura, 2007
  • Contos de aprendiz. Carlos Drummond de Andrade. Record, 1984
  • Contos novos. Mário de Andrade. Klik Editora/Estadão, 1997
  • As pequenas memórias. José Saramago. Cia. das Letras, 2006
  • As cinzas de Angela. Frank McCourt. Objetiva, 2000

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OUTROS LIVROS SUGERIDOS

Além dos livros mencionados acima, há estes outros muito interessantes para os que pretendem escrever memórias e ficção:

  • Viagem à roda do meu quarto. Xavier de Maistre. Estação Liberdade, 1989
  • Tom Sawier. Mark Twain. Abril Cultural, 1980
  • David Coperfield. Charles Dickens. Cosacnaify. [e-book/Kindle], 2014
  • O apanhador no campo de centeio. J. D. Salinger. Editora do Autor, 1965
  • A grande feira. E. L. Doctorov. Cia. das Letras, 1988
  • Miguel Street. V.S. Naipul. Cia. das Letras, 2012
  • Infância. J. M. Coetzee. Cia das Letras, 2010
  • Os Chefes. Os filhotes. Mario Vargas Llosa. Alfaguara, 2010
  • Ser tão menino. Elias Fajardo. 7 Letras, 2011

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LIVROS TÉCNICOS SOBRE O FAZER LITERÁRIO

Alguns livros conhecidos e acessíveis sobre o fazer literário:

  • A técnica de ficção. Percy Lubbock. Cultrix/USP, 1976
  • Aspectos do romance. E. M. Forster. Globo, 1969
  • A arte do romance. Henry James. Globo, 2003
  • A arte da ficção. David Lodge. L&PM, 2010
  • Como um romance. Daniel Pennac. Rocco/L&PM, 2008
  • Como aprendi a escrever. Máximo Gorki. Editora Cadinho, 1972
  • Sem trama e sem final. 99 conselhos de escrita. Anton Tchékhov. Martins Fontes, 2007
  • O meu mestre imaginário. Autran Dourado. Rocco, 2005
  • Uma poética de romance. Autran Dourado. Rocco, 2000
  • A narrativa de ficção. Vicente Ataíde. McGraw-Hill, 1974
  • Um novo modo de narrar. Deonísio da Silva. Livraria Cultura Editoria, 1979
  • O foco narrativo. Ligia Chiappini Moraes Leite. Ática, 1985
  • ABC da Literatura. Ezra Pound. Cultrix, 1977
  • Dicionário de Termos Literários. Massaud Moisés. Cultrix, 2004
  • Sujeito, tempo e espaço ficcionais. Introdução à Teoria da Literatura. Luis Alberto Brandão Santos; Silvia Pessoa de Oliveira. Martins Fontes, 2001
  • O narrador do romance. Ronaldo Costa Fernandes. Sette Letras, 1996
  • Escrever ficção: Um manual de criação literária. Luiz Antonio de Assis Brasil. Cia. das Letras [e-book/Kindle), 2019
  • O escritor de fim de semana. Robert J. Ray. Ática, 1998
  • A ilusão literária. Eduardo Frieiro. Itatiaia/INL, 1983
  • Escrevendo com a alma. Nathalie Goldberg. WMF/Martins Fontes, 2008
  • Oficina do escritor - Um manual prático para a arte da ficção. Sthefen Koch. WMF/Martins Fontes, 2008
  • Guia prático de criação literária. Moacir C. Lopes. Quartet, 2001
  • Os segredos da ficção. Um guia da arte de escrevr. Raimundo Carrero. Agir, 2005
  • Cartilha do pré-escritor. Bariani Ortencio. Thesaurus, 2009
  • Para ler como um escritor. Francine Prose. Zahar, 2008
  • Para ler literatura como um professor. Thomas C. Foster. Lua de Papel, 2010
  • Para ler romances como um especialista. Thomas C. Foster. Lua de Papel, 2011
  • Como ler literatura. Um convite.  Terry Eagleton. L&PM. [e-book/Kindle], 2017
  • O design da escrita. Redigindo com criatividade e beleza — inclusive ficção. Antonio Suárez Abreu. Ateliê Editoral [e-book/Kindle], 2008
  • A Bíblia do Escritor. Alexandre Santos Lobão. Trampolim [e-book/Kindle], 2017
  • Zen e a arte da escrita. Ray Bradbury. Texto Editores/Leya [e-book/Kindle], 2011
  • Sobre a escrita. A arte em memórias. Stephen King. Objetiva [e-book/Kindle], 2015
  • Como melhorar um texto literário. Um manual prático para dominar as técnicas básicas da narração. Lola Sabarich; Felipe Dintel. Gutenberg, 2014
  • Como escrever diálogos. A arte de desenvolver o diálogo no romance e no conto. Silvia Adela Kohan. Gutenberg, 2011
  • Como narrar uma história. Da imaginação à escrita: todos os passos para transfomar uma ideia num romance ou num conto. Silvia Adela Kohan. Gutenberg, 2011
  • Escrever para crianças. Tudo que é preciso saber para produzir textos de literatura infantil. Silvia Adela Kohan. Editora Gutenberg [e-book/Kindle], 2013
  • Matéria e forma narrativa d'O Ateneu. José Lópes Heredia. Quíron/MEC, 1979
  • A escrita do eu. Eliane Zaguri. Civilização Brasileira/INL, 1982
  • Pós-escrito a O Nome da Rosa. As origens e o processo de criação do livro mais vendido em 1984. Umberto Eco. Nova Fronteira, 1985
  • A orgia perpétua. Flaubert e Madame Bovary. Mario Vargas Llosa. Francisco Alves, s/d
  • Escrevendo com o coração. Como escrever para crianças. Gryphus. Joy Cowley. [e-book/Kindle], 2014
  • Estrutura do roteiro. Escreva histórias de sucesso com as técnicas do cinema. Leonardo Bighi. Edição do Autor [e-book/Kindle], 2019
  • Cartas a um jovem escritor. Mario Vargas Llosa. Elsevier, 2006
  • Os sofrimentos do jovem Werther. Johann Wolfgang Goethe. L&PM. [e-book/Kindle], 2010
  • Da criação ao roteiro. Doc Comparato. Rocco, 2000
  • Confissões de um jovem romancista. Umberto Eco. Cosacnaify. [e-book/Kindle], 2013
  • Como se faz literatura. Affonso Romano de Sant'Anna. Rocco-Digital [e-book/Kindle], 2016
  • A arte da palavra. Como criar um estilo pessoal na comunicação escrita. Gabriel Perissé. Manole, 2003
  • Labirinto da palavra. Claudia Lage. Record, 2013
  • Você já pensou em escrever um livro? Informações fundamentais para tornar-se um escritor de sucesso. Sonia Belloto. Belloto Editora, 2006

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FORMAÇÃO DA BIBLIOTECA DE UM LEITOR-AUTOR APRENDIZ

Esse tópico vou desenvolver em post futuro.

Nele vou contar a experiência na formação de minha biblioteca — que tem de tudo um pouco, mas tem uma quantidade razoável de contos, romances e livros técnicos: clássicos brasileiros e estrangeiros, coletâneas de contos, livros infantis, manuais de literatura, crônicas literárias, entrevistas de autores/escritores, dicionários, etc.

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A GUERRA DAS ESPINGARDINHAS

Há um capítulo do livro Menino-Serelepe que pretendo transformar num livro juvenil. Trata-se de A Guerra das Espingardinhas, que transcrevo mais abaixo, uma narrativa romanceada de uma divertida brincadeira de minha infância.

Adotei como narradora uma menina: MARIA BELA CAMARINHO, nome esse inspirado em minhas netas Maria Elisa e Isabela.

Eis alguns livros que estão me servindo de inspiração para recriação dessa história:

  • O Senhor das Moscas. William Golding. Abril Cultural, 1984
  • A Guerra dos Botões. Louis Pergaud. Ática, 1995
  • Os Meninos da rua Paulo. Ferenc Molnár. Cosacnaify, s/d

Veja o rascunho da capa e da apresentação do livro A Guerra das Espingardinhas - Uma aventura de antigamente:


Capa provisória. Com ilustração feita pelo brasileiro Henrique Alvim Corrêa (1876-1910) para o livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, edição de 1906



Neste livro, o autor faz uso de um recurso narrativo à la Gertrude Stein, falando de si mesmo e de suas brincadeiras de criança por meio de uma narradora-menina, arteira como Pélica, geniosa como Emília, mordaz como Morley, que conta as aventuras na primeira pessoa, de forma alegre, dinâmica, numa linguagem cheia de sentenças terminantes, ditos curiosos e frases e expressões costuradas por hifens, muitos deles correntes na língua e outros criados por ela mesmo.

Texto extraído da orelha do livro A GUERRA DAS ESPINGARDINHAS

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Veja também

Pequenos trechos do livro A guerra das espingardinhas podem ser vistos nestes links:

  • No post Netos e livros, de 4 de maio de 2013 - aqui
  • No post Netos musicais, de 10 de junho de 2013 - aqui

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A Guerra das Espingardinhas

Hoje em dia, as crianças não brincam mais de armas de brinquedo, e está mesmo interditada a fabricação, importação circulação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Muitos pais e educadores, de outro lado, também têm orientado as crianças a não fazer uso de armas de brinquedo. Isso de fato constitui um avanço nos costumes e na formação das crianças, em face de um mundo violento e conturbado.

Mas no meu tempo de criança, nos anos 1960, a gente brincava. Mais do que isso: nós mesmos construíamos nossas "armas" e nos divertíamos a valer.

Confira a história abaixo, contada no livro Menino-Serelepe:


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MENINO-SERELEPE

 O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.

Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.

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Publicado por Guimaguinhas
em 17/11/2019 às 07h22
 
14/11/2019 08h22
PINTURAS E PINTORES DE AGUINHAS (4) - Jonas Lemes pinta Águas Virtuosas de Lambari

Ilustração: Ducha. Pintura 40x50. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes


SUMÁRIO


Apresentação

Nesta série Pinturas e Pintores de Aguinhas estamos lembrando alguns pintores e pinturas de Águas Virtuosas de Lambari.

Já vimos o post sobre o Farol do Lago (aqui), o Cassino de Lambari (aqui), as obras de artista José Raimundi (aqui), e hoje focalizaremos as obras do artista plástico cambuquirense: Jonas Lemes. 

Vamos lá!

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Quem é Jonas Lemes

Jonas Lemes nasceu Joaquim Jonas Mendes Lemes, em Cambuquira, Minas Gerais, em 1964, residindo atualmente em São Lourenço, MG.


Reprodução. Fonte: site: www.al.sp.gov.br
 

Artista plástico autodidata, assinando Jonas Lemes, ele iniciou suas atividades em 1990, e já recebeu diversas premiações em salões de arte no Brasil.

Participou de diversas exposições, entre as quais: XIII Salão de Artes Plásticas, Taubaté, SP (1991, 1992); XI Salão de Artes Plásticas, Rio Claro, SP; Salão de Artes Plásticas, Matão, SP; X Salão de Artes Plásticas, Jaú, SP; VI Salão de Artes Plásticas, Mogi-Mirim, SP (1993); XXXIII Salão de Artes Plásticas de Araras, SP; XLII Salão de Artes, Piracicaba, SP; VII Salão de Artes Plásticas, Mogi-Mirim, SP (1994); Salão de Outono, Sorocaba, SP (1995); Viagem a América do Sul, Juiz de Fora, MG; XLIV Salão de Artes, Piracicaba, SP; Salão Vinhedense de Artes Plásticas, Vinhedo, SP (1996); Salão de Artes de Franca, SP (1997); SABBART, Ribeirão Preto, SP (2000, 2001).

Possui obras em diversas coleções particulares e oficiais e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

Fonte: https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=312436

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Jonas Lemes pinta Águas Virtuosas de Lambari

 

O casamento perfeito das obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari e das belezas naturais de nossa cidade com as técnicas de Jonas Lemes gera pinturas belíssimas, como estas:


Cassino de Lambari. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Na beira do lago. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Ducha. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Entardecer no lago. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Ipê em Lambari. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Bela Vista. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes


Farol do Lago. Jonas Lemes. Reprodução. Ímã de geladeira

Parque Novo. Jonas Lemes. Reprodução. Ímã de geladeira

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Onde encontrar obras de Jonas Lemes

As obras de Jonas Lemes podem ser encontradas nestes endereços:



Escritório de Arte - Parque das Águas de São Lourenço

No Parque das Águas em São Lourençpo, há este escritório de arte de Jonas Lemes.

Confira:

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Referências

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Publicado por Guimaguinhas
em 14/11/2019 às 08h22
 
08/11/2019 08h58
MEMÓRIAS POLÍTICAS DE AGUINHAS - Os prefeitos de Lambari, MG

Ilustração: Prefeitura Municipal de Lambari. Quadro de Solange Ribeiro. Reprodução.


SUMÁRIO


Apresentação

Neste post, vamos falar sobre os governantes de Águas Virtuosas de Lambary, destacando os regimes jurídicos para escolha dos dirigentes, os prefeitos antigos mais relevantes e feitos significativos da história de nossa municipalidade.

Vamos lá.


Recorte da bandeira do município de Lambari, MG, idealizada pelo professor Raphael Pinotti, com a inscrição Hic sanitas — Aqui há cura (aqui)

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Resumo da história administrativa do município

O município de Águas Virtuosas de Lambari, designado por Lambari, a partir de 1930 (Decreto nº 9.804, de 27 de dezembro de 1930), foi criado por meio da Lei Estadual nº 319, de 16 de setembro de 1901.


Veja também:


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Regimes de escolha dos dirigentes municipais

Históricamente, a escolha dos dirigentes municipais de Lambari seguiu os seguintes regimes jurídicos:


De 1902 a 1908 - Agente Executivo designado pela Câmara Municipal

  • Nesse período, um agente executivo designado pela Câmara Municipal exercia as funções de prefeito. Garção Stockler foi o indicado.

De 1909 a 1936- Nomeado pelo Governo do Estado

  • Em 1909, foi nomeado Américo Werneck, como o primeiro prefeito da cidade. Em 1911, após assinar contrato de arrendamento da estância, Américo Werneck foi substituído por Raul Noronha de Sá.
  • Depois seguiram outros nomeados pelo Governo Mineiro.

1930 a 1945 - Era Vargas

  • O período de 1930 a 1945 (Era Vargas) divide-se historicamente em dois. No primeiro, o Período Provisório  (1930-1934), iniciado com a Revolução de 30, foi criada a Justiça Eleitoral (Decreto n° 21.076, de 24-02-1932) e estabelecidas eleições diretas. No segundo, Governo Constitucional (1934-1937), Getúlio Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo, passando a governar com amplos poderes.
  • E a partir da Constituição de 1937, outorgada por Getúlio Vargas, a Justiça Eleitoral foi extinta.

De 1937 a 1945 - Nomeado pelo Interventor Federal no Estado

  • Nesse período (1937-1945), conhecido como Estado Novo, não houve eleições no Brasil. O Código Eleitoral de 1932 é revogado, foi estabelecida eleição indireta para Presidência da República, os Legislativos foram dissolvidos e a ditadura governou com interventores nos estados.
  • Nomeado em 1935, João Lisboa Júnior governou de julho daquele ano até dezembro de 1945. Nesse período, João Lisboa afastou-se por duas vezes, nas quais foi substituído por Félix Geraldo de A. e Silva.

Em 1947 - Eleição direta

  • Após a queda do Estado Novo, sob a égide da Constituição de 1946, em 23 de novembro de 1947, deu-se a primeira eleição direta para a prefeitura de Lambari, elegendo-se Hélio Monteiro de Toledo Salles

Em 1950 - Eleição direta

  • Em 3 de outubro de 1950, foi eleito por voto direto Dr. João Lisboa Júnior, que governou de 1951 até 1954, quando renunciou ao cargo para assumir a Cátedra de Cronologia na Faculdade de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Em 1954 - Eleição direta

  • Em 31 de janeiro de 1955, foi eleito por voto direto José Capistrano. E em 31 de janeiro de 1959, elegeu-se o médico José dos Santos. E em 31 de janeiro de 1967 elegeu-se Jairo Ferreira, cujo mandato foi prorrogado até 31 de dezembro de 1972.

De 1968 - 1985 - Município considerado como território de Segurança Nacional

  • No dia 4 de junho de 1968, o general-presidente Artur da Costa e Silva instituiu, com a lei nº 5.449, os Municípios de Segurança Nacional. A partir de então, os prefeitos destas áreas passaram a ser nomeados pelo governador de seu respectivo estado, mediante aprovação da autoridade máxima da República. Também passaram a ter eleições indiretas as estâncias hidrominerais e as cidades de fronteiras. (Fonte: Jornal O Globo - aqui)
  • Eleição regulada na forma do art. 2°, caput e § 1° da Emenda Constitucional n° 25, de 15.5.1985, combinada com os arts. 1° e 2° da Lei n° 7.332, de 1°.7.1985, "para prefeito e vice-prefeito, nos seguintes municípios: I – capitais de estados e territórios; II – estâncias hidrominerais; III – considerados de interesse da segurança nacional; IV – nos municípios de territórios; V – descaracterizados do interesse da segurança nacional a partir de 1°.12.1984. Na mesma data, foram realizadas eleições para prefeito, vice-prefeito e vereadores nos municípios criados pelos estados até 15.5.1985". Essas eleições foram reguladas conforme estabelece a Resolução-TSE n° 12.307, de 17.9.1985. (Fonte: TRE/MG - aqui)                            

[Os negritos não são dos textos originais.]

  • Dentro desse regime, entre 1972 e 1984, foram nomeados: Walter CordeiroCyro Rodrigues Coelho, José Carlos de Alcântara, José Vicente L. de Vilhena e Renato Nascimento.

Em 1985 - Eleição direta

  • No estado de Minas Gerais, no dia 15 de novembro de 1985, houve eleição apenas para prefeito de Belo Horizonte e de 13 municípios considerados estâncias hidrominerais: Araxá, Caldas, Cambuquira, Carangola, Caxambu, Jacutinga, Lambari, Monte Sião, Passa Quatro, Patrocínio, Poços de Caldas, São Lourenço e Tiradentes. Nesses municípios, os prefeitos eram escolhidos indeiretamente nas eleições municipais anteriores. (Fonte: TRE/MG - aqui)

[O negrito não é do texto original.]

  • Em 15 de novembro de 1985, Marcílio Marques Botti elegeu-se prefeito pelo voto popular.

A partir de 1988 - Eleição direta

  • Eleição direta no dia 15 de novembro de 1988 e nos seguintes anos: 1992 - 1996 - 2000 - 2004 - 2008 - 2012 - 2016.

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Galeria de Prefeitos de Lambari

Abaixo, galeria dos principais prefeitos de Águas Virtuosas de Lambari e algumas de suas realizações.

Informações/feitos

 Garção Stockler - Eustáquio Garção Stockler [Campanha, MG (?) — Soledade de Minas (1927)], médico formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, escritor, propagandista do movimento republicano, é figura das mais importantes da memória política de nossa cidade. 

Stockler é considerado o criador da estância hidromineral de Águas Virtuosas de Lambary, como centro de vilegiatura e de tratamento.

Como Agente Executivo (1902-1908), coube a ele obter a aprovação de um plano de saneamento e embelezamento da vargem — extensa área de terreno pantanoso e alagadiço, situado em ponto central da povoação — e o alinhamento das principais vias de acesso ao Parque das Águas, obras essas concretizadas por Werneck, entre 1909-1911.

Outras informações: aqui

Américo Werneck - Em 1909, foi nomeado Prefeito de Lambari e Presidente da Comissão de Melhoramentos e Superintendente das obras fundadoras da cidade (Cassino, Lago, Parque Novo, Parque das Águas, Farol, etc.)

Em 26 de abril de 1911, inaugurou as obras acima, com a presença, entre outras autoridades, do PR, Hermes da Fonseca, e do Presidente de MG, Wenceslau Braz.

Em 16 de maio de 1912, arrendou ao Governo de Minas Gerais, por 90 anos, a estância de Águas Virtuosas de Lambari. Em 27 de junho de 1913, em razão de divergências e desentendimentos com o Estado de Minas na execução do contrato acima, propôs na Justiça Federal (BH) ação rescisória desse contrato.

Outras informações: aqui

 Antônio Pimentel Júnior - Sucessor de Américo Werneck, foi nomeado prefeito para o período do segundo semestre de 1912 até o segundo semestre de 1918.

De caráter ilibado, conquistou a sociedade lambariense por sua postura e obras que realizou, entre elas: construção e instalação do fórum, cadeia municipal, ponte sobre o Rio Mumbuca (em frente Hotel Imperial) e cemitério municipal (1914). Incentivou a construção do Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, tendo lançado a pedra fundamental e instalado a comissão de obras para esse fim (31-03-1914)

Outras informações: aqui

 João Lisboa Júnior - Filho de João de Almeida Lisboa e Maria Rita Vilhena Lisboa, nasceu em Águas Virtuosas de Lambari em 1894. Médico formado na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, clinicou na sua cidade natal de 1918 a 1954. Crenologista e autor do livro Aplicações terapêuticas das águas minerais de Águas Virtuosas do Lambary e épocas de estação (1928).

Em sua gestão deu-se a construção de novos prédios e hotéis no centro da cidade e um grande movimento de turistas em busca das famosas "sete fontes" de saúde, como então se propagandeava.

Casado com Lúcia Veiga, em 1934, foi eleito vereador e aclamado Presidente da Câmara. Em 1935, foi nomeado prefeito municipal, ficando no cargo até dezembro de 1945. Eleito novamente prefeito em 1951, renunciou ao cargo em 1954, quando assumiu a Cátedra de Cronologia na Faculdade de Minas Gerais, em Belo Horizonte.

Outras informações: aqui

 Hélio Salles - Hélio Monteiro de Toledo Sales, advogado, foi o primeiro prefeito de Lambari eleito pelo voto popular, em 23 de novembro de 1947, permanecendo no cargo até 31 de janeiro de 1951.

Antes (de 8 de janeiro a abril de 1947), exercera o mesmo cargo, nomeado pelo Interventor Federal do Estado de Minas Gerais.

Em sua gestão, bastante proveitosa, deu-se a criação do Ginásio Municipal, obras de urbanização (ruas e avenidas pavimentadas), a construção da Praça Duque de Caxias (Praça do Fórum), a instalação da Fonte Luminosa e da Biblioteca Municipal, e a organização dos serviços burocráticos da Prefeitura Municipal.

Outras informações: aqui

 José Capistrano - Fazendeiro, foi eleito vice-prefeito em 1947, e prefeito em 1955 e 1963. Bom administrador, atendeu à área rural com escolas e estradas. Procurou movimentar o turismo em nossa cidade e lutou pela ligação asfáltica de Lambari até à Rodovia Fernão Dias.

Em suas gestões, ocorreram importantes eventos em Lambari: o Congresso Eucarístico Diocesano, competições de motonáutica, a construção do Estádio Municipal e a vinda da Seleção Brasileira de Futebol (1966).

Outras informações: aqui, aqui e aqui

 José dos Santos - Médico de espírito bondoso e humanitário, que clinicou longos anos em Lambari. Carinhosamente apelidado de Barão, foi prefeito da cidade no período de 1959-1962. Casado em primeira núpcias com Edith Fleming dos Santos, depois consorciou-se com Vicência de Oliveira Santos. Teve quatro filhos: Sílvio (já falecido, que também foi médico), José Plínio (Mestre e Doutor em matemática e professor universitário), Edith e Maria Angélica, professoras aposentadas — duas pessoas muito estimadas e cidadãs ilustres de nossa cidade.

Em sua gestão deu-se a instalação dos postes de cimento na iluminação pública da cidade.

Outras informações: aqui

 Jairo Ferreira - Comerciante, foi eleito prefeito em 1967, tendo seu mandato prorrogado até 1972.

Ativo e realizador, contam-se entre seus feitos o seguinte: organização interna da prefeitura e de seus arquivos e cadastros, elaboração dos códigos de postura e tributário, instalação do SAAE e da TELEMIG, reforma do jardim da Matriz N. S. Saúde, abertura de diversas ruas e escolas, construção de pontes e reformas da rede elétrica da cidade e da piscina municipal. 

Foi pioneiro, nos anos 1960, na instalação a Torre de TV em nosso município e idealizador e construtor das duchas do lago.

Outras informações: aqui

 Renato Nascimento - Comerciante aposentado e vereador mais votado em novembro de 1982, foi nomeado prefeito de Lambari por Tancredo Neves, em 14 de maio de 1983.

Entre suas realizações, temos: calçamentos de ruas (com bloquetes no centro da cidade e paralelepípedos no bairro Campinho), construção de ponte de madeira sobre o pontilhão, reformas de escolas rurais, ampliação e melhoria da rede de iluminação pública, credenciamento de médicos do IPSEMG para atendimento em Lambari, asfaltamento da rua de acesso ao Cemitério Municipal.

A rodovia MG 456, que liga Lambari à Fernão Dias (via Heliodora), recebeu o seu nome.

Outras informações: aqui

 Marcílio Botti - Natural de Juiz de Fora (20-02-1939), advogado, professor, assessor parlamentar, ocupou cargos públicos no Governo de Minas, com Tancredo Neves. Frequentava Lambari e aqui adquiriu o Ideal Hotel, e foi eleito prefeito de Lambari em 1988. Entre seus feitos, encontramos: reconstrução da Biblioteca Basílio de Magalhães, a nova Rodoviária Municipal (na antiga estação ferroviária), recuperação do Parque Novo e do Laguinho dos Patos e a criação da cidade modelo (minicidade). Criou o Projeto Filhote (atividades esportivas para a juventude), série de eventos de grande sucesso em nossa cidade.

No seu governo, ocorreu o infeliz incidente do incêndio do prédio da Prefeitura Municipal.

Outras informações: aqui e aqui

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Lista dos Prefeitos de Lambari

Eis as lista dos dirigentes municipais de Águas Virtuosas de Lambari, depois Lambari:

PREFEITOS DE LAMBARI

Agente Executivo

1902 – Dr Eustáchio Garção Stockler (Agente executivo)

Nomeados pelo Governo do Estado

1907 – Dr Américo Werneck ( 1º Prefeito - nomeado por Wenceslau Braz)

1911 – Raul Noronha de Sá

1913 – Dr. Antonio Pimentel Junior

1914 – Henrique Cabral

1918 – Francisco de Castro Filho (interino)

1919 – Dr. Raul Franco de Almeida

1920 – Affonso de Paiva Vilhena (interino)

1921 – João de Almeida Lisboa (em exercício)

1921 – Messias Silveira Machado (interino)

1923 – Joaquim Figueira da Costa Cruz

1924 – Júlio Bráulio (interino)

1924 – Bernardo José de Paulo Aroeira

1930 – Eurico Leopoldo de Bulhões Dutra

1931 – Ernesto de Mello (interino)

1932 – Luiz Lisboa

1935 – Dr. João Lisboa Júnior – até dezembro de 1945

1945 – Dr. Felix Geraldo de A. e Silva (interino)

1946 – Dr. João Lisboa Júnior

1947 – Dr. Helio Monteiro de Toledo Salles (nomeado pelo interventor no Estado).

1947 – Dr Ural Prazeres, Joaquim Araújo Júnior  ( abril a outubro de 1947).

Prefeitos eleitos e acompanhados de Câmara Municipal

1947 – Dr. Helio Monteiro de Toledo Salles

1951 – Dr. João Lisboa Júnior

1954 - José Horton de Morais (em exercício)

1955 – José Capistrano

1959 - José dos Santos

1963 - José Capistrano

1967 – Prefeito Jairo Ferreira

1967 – Posteriormente Presidente da Câmara: Dr. José Vicente da L. de Vilhena

Nomeados pelo Governo do Estado

1972 – Professor Walter Cordeiro

1973 – Dr. José Vicente L. de  Vilhena

1973 – Dr. Cyro Rodrigues Coelho

1973 – José Carlos de Alcântara

1976 – Dr. José Vicente L. de Vilhena

1984 – Renato Nascimento (Assumiu o cargo de prefeito em 14 de maio de 1983)

Eleição direta

1988 – Dr. Marcílio Marques Botti

1989 – Eugênio Carneiro Rodrigues

1993 – Sebastião Carlos dos Reis

1997 – Eugênio Carneiro Rodrigues

2001 – Nely Fernandes Arantes Bahia

2005 – Sebastião Carlos dos Reis

2009 – Marco Antônio de Resende

2013 - Sérgio Teixeira

2017 - Sérgio Teixeira

 

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Índice da Série Memórias Políticas de Aguinhas

 

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Referências

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Publicado por Guimaguinhas
em 08/11/2019 às 08h58
 
06/11/2019 06h55
PINTURAS E PINTORES DE AGUINHAS (3) - Cassino de Lambari

Ilustração: Cassino de Lambari. Cromo. Anos 1911


SUMÁRIO


Apresentação

Como dissemos, nesta série Pinturas e Pintores de Aguinhas vamos lembrar alguns pintores e pinturas de Águas Virtuosas de Lambari.

Já vimos os posts sobre

  • o Farol do Lago (aqui) e
  • e as pinturas de José Raimundi (aqui),

e hoje focalizaremos o Cassino de Lambari.

Vamos lá!

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Pinturas do Cassino de Lambari

Obra majestosa de Américo Werneck, o Cassino de Lambari foi inaugurado em 1911, dentro de um plano de modernização e embelezamento da estância hidromineral de Águas Virtuosas de Lambari.

Veja estes posts:


Cassino de Lambari. Pintura na parede do Palace Hotel. Eurico Aguiar

Cassino de Lambari. Pintura na parede. Pesqueiro Ítalo Gregatti, Nova Baden, Lambari

Cassino de Lambari. Reprodução. Pintura (autor não identificado) [*]

Desenho de William Kauage Gorgulho (parede do restaurante do Shopping Águas Virtuosas)

Pintura Cassino. Lenço vendido como lembrança de Lambari. Reprodução. Facebook

Cassino de Lambari. Reprodução. Rosely Panunzio

Cassino de Lambari. Eurico Aguiar. Pintura em azulejo 15 x 15cm

Cassino de Lambari. Reprodução. Tela de Eurico Aguiar 

Cassino de Lambari. Jonas Lemes. Reprodução. Fonte: artmajeur.com/jonaslemes

Cassino Lambari, MG. O. S. T. Maucha. 1996 Reprodução Internet. Fonte: Levy Leiloeiro (aqui)

Cassino de Lambari. Raimundo Botelho, 1991. Reprodução Internet. Fonte: Empório Brasil Leilões (AQUI)

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Novas pinturas

Depois que este post foi ao ar, recebemos do visitante Antonio Coppe as duas pinturas abaixo, que acrescentamos a esta galeria.

Confira:


Cassino refletido no lago. Reprodução. Marcelo Becker. 

Segundo nosso visitante Antonio Coppe, esta pintura encontra-se em um corredor do Castelo Novo Hotel, em Varginha, MG

Cassino visto das paineiras. Reprodução. Ava Favaro, 2004

Pintura no muro do campo do A.V.F.C. Autor [ilegível]

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Referências

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Publicado por Guimaguinhas
em 06/11/2019 às 06h55
 
01/11/2019 11h45
PINTURAS E PINTORES DE AGUINHAS (2) - José Raimundi

Ilustração: Laguinho dos patosÓleo sobre tela, por José Raimundi, s/d


SUMÁRIO


Apresentação

O lambariense José Raimundi, marceneiro de profissão, foi, na verdade, um artista e engenheiro nato, tendo deixado também esculturas e pinturas a óleo, informa o médico e escritor José Benedito Rodrigues, no seu Casa Progresso (veja aqui)

Pois bem, neste post vamos trazer algumas telas de José Raimundi, e também o altar de madeira que construiu para a antiga igreja de N. S. da Saúde.

Veja a seguir.

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Pinturas

Algumas pinturas a óleo de José Raimundi

Índia na praia. Pintura a óleo de José Raimundi

Casarão na borda do lago. Pintura a óleo de José Raimundi

Rancho à beira do rio. Pintura a óleo de José Raimundi

Ilha dos Amores. Pintura a óleo de José Raimundi

Laguinho dos Patos. Pintura a óleo de José Raimundi

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Altar de madeira da Matriz de N. S. da Saúde

Abaixo, o altar de madeira, rico em detalhes, obra do artista lambariense José Raimundi.

Ele é o que aparece à direita da foto, ao fundo.

Altar de madeira da antiga matriz de N. S. da Saúde - Lambari, MG

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Histórias de José Raimundi

Do livro Casa Progresso* extraímos alguns traços biográficos de José Raimundi, além de alguns casos curiosos.

Confira:

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Casa Progresso

 José Benedito Rodrigues. Belo Horizonte, Editora O Lutador, 1999, p. 98/99

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Veja o número 1 desta Série

- Farol do Lago - aqui

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Referências

- Casa Progresso. José Benedito Rodrigues. Belo Horizonte, Editora O Lutador, 1999, p. 98/99

- Agradecemos à família Raimundi, na pessoa de Vicente Raimundi Neto, a cessão das fotos das pinturas e do altar, obras do artista José Raimundi.

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Publicado por Guimaguinhas
em 01/11/2019 às 11h45
Página 26 de 108

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

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